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    Empresas e governos estrangeiros investem quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono na Amazônia

    O acordo abre caminho para que outras regiões do Brasil se beneficiem da crescente demanda por soluções que ajudem a mitigar as mudanças climáticas

    Comitiva do governo do Pará nos Estados Unidos (Foto: Thalmus Gama/Ag. Pará)

    247 - Empresas e governos internacionais estão destinando recursos significativos para a preservação da Amazônia por meio da compra de créditos de carbono. O acordo, que deve movimentar quase R$ 1 bilhão, envolve governos como os dos Estados Unidos, Noruega e Reino Unido, além de grandes corporações, entre elas Amazon, Bayer e a Fundação Walmart. Segundo informações divulgadas pela TV Globo, a transação se destina a compensar parte das emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.

    Os créditos de carbono, que se tornaram uma ferramenta fundamental no combate às mudanças climáticas, são certificados a partir de metodologias internacionais que quantificam a capacidade das árvores de absorver CO2. José Otávio Passos, da organização ambiental The Nature Conservancy, detalha o processo: "você mede a altura do peito e com isso você estima, pela grossura da árvore e do diâmetro que ela tem, quanto carbono tem dentro dela. Se estimar isso, você consegue estimar quanto tem dentro de uma área onde aquela árvore está de acordo com as características daquela área".

    O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou na terça-feira (24) a venda de 12 milhões de toneladas de crédito de carbono. O contrato firmado prevê que cada tonelada será vendida a US$ 15, mais que o dobro do valor praticado no mercado global, conforme informado pelo governo do estado. Barbalho celebrou a conquista e destacou a importância dessa iniciativa na luta contra o desmatamento e na promoção de novas economias sustentáveis.

    Nos últimos 12 meses, o Pará apresentou uma redução significativa nos alertas de desmatamento, com queda de 42%, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Helder Barbalho explicou que parte dos recursos obtidos com a venda dos créditos será direcionada para comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas, além de investimentos na agricultura familiar. O governador reforçou o compromisso do estado em zerar as emissões de carbono até 2036. “O Pará tem uma meta ousada de ser um estado carbono neutro até 2036", afirmou Barbalho, reiterando a importância de equilibrar preservação ambiental e desenvolvimento econômico.

    O contrato foi fechado durante um evento em Nova York e chamou a atenção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que destacou a relevância da iniciativa para atrair mais investimentos estrangeiros ao Brasil. “Eu penso que tudo começa pelo aporte dos recursos públicos”, disse o ministro. Segundo ele, o envolvimento de países como Alemanha, França, Inglaterra e China pode incentivar o setor privado a investir ainda mais no mercado de créditos de carbono, especialmente com a adoção de taxas de juros diferenciadas que recompensem a preservação da floresta em pé.

    Este acordo sinaliza uma nova fase no esforço global para preservar a Amazônia, ao mesmo tempo em que abre caminho para que outras regiões do Brasil se beneficiem da crescente demanda por soluções que ajudem a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Além do impacto ambiental, a transação também pode impulsionar a economia local, ao integrar populações tradicionais e iniciativas sustentáveis no processo de preservação da maior floresta tropical do mundo.

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