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    Entenda o que é mineração urbana e saiba como funciona o maior projeto do País

    Recuperação de materiais valiosos de resíduos eletrônicos une sustentabilidade e inovação; Ambipar lidera iniciativa na América Latina

    Projeto de mineração urbana da Ambipar em São José dos Campos (Foto: Divulgação)

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    247 – A mineração urbana, conceito que alia sustentabilidade e tecnologia para recuperar materiais valiosos de resíduos eletrônicos, ganhou um impulso significativo no Brasil. Nesta quarta-feira (27), a Ambipar, multinacional brasileira líder em soluções ambientais, inaugurou em São José dos Campos (SP) a maior planta de mineração urbana da América Latina. A iniciativa expande a capacidade de processamento de resíduos de 30 mil para 80 mil toneladas anuais, consolidando o país como um importante polo da economia circular.

    A mineração urbana é uma solução inovadora que busca transformar resíduos tecnológicos em fontes de materiais valiosos, como metais preciosos e outros recursos essenciais. Diferente da mineração tradicional, que extrai esses materiais diretamente da natureza, a mineração urbana recupera recursos de produtos descartados, como celulares, computadores, eletrodomésticos e até baterias. É um modelo que não apenas reduz o impacto ambiental, mas também promove uma economia circular, onde materiais são continuamente reaproveitados.

    Como surgiu o conceito de mineração urbana?

    O termo "mineração urbana" começou a ser utilizado na década de 1980, quando estudos começaram a identificar o potencial econômico e ambiental da recuperação de metais e outros componentes em resíduos sólidos urbanos. A ideia ganhou força nos últimos anos com o avanço da tecnologia de reciclagem e o crescimento exponencial do lixo eletrônico em todo o mundo.

    De acordo com o Monitor Global de E-lixo da ONU, o planeta gerou 53,6 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos em 2019, mas menos de 20% foi reciclado. Esses resíduos contêm metais preciosos em concentrações superiores às encontradas em minas convencionais. Por exemplo, uma tonelada de placas de circuito impresso pode conter até 800 gramas de ouro, enquanto uma tonelada de minério bruto geralmente fornece apenas 5 gramas.

    Além disso, a mineração urbana contribui para mitigar os impactos negativos da extração mineral tradicional, como o desmatamento e a contaminação de ecossistemas, enquanto atende à crescente demanda por materiais essenciais para a tecnologia moderna, como cobre, alumínio e lítio.

    O maior projeto de mineração urbana da América Latina

    No Brasil, a mineração urbana ganhou um reforço significativo com a inauguração da maior planta do setor na América Latina, liderada pela multinacional Ambipar. Localizada em São José dos Campos (SP), a unidade começou a operar nesta quarta-feira (27) e expandiu sua capacidade de processamento de resíduos de 30 mil para 80 mil toneladas anuais.

    Com um investimento de R$ 100 milhões, a planta se especializa na manufatura reversa de produtos eletroeletrônicos e da chamada linha branca, como fogões, micro-ondas e máquinas de lavar. Os materiais extraídos incluem plástico, ferro, cobre, alumínio, latão, inox e placas eletrônicas, que são reinseridos na economia.

    “O nosso objetivo é contribuir com a redução da emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera e a contaminação do solo. O processo de recuperação e tratamento adequado desse tipo de resíduo permite preservar os recursos naturais e evita a extração de novas matérias-primas necessárias para a indústria”, explicou Marcelo Oliveira, Head da unidade de mineração urbana da Ambipar Environment.

    Segurança de dados e inovação tecnológica

    Entre os diferenciais da planta está a implementação de um sistema seguro para manipulação de dispositivos com dados sigilosos, como celulares e computadores. Esses aparelhos são triturados em partículas de 1 a 8 milímetros, garantindo a destruição completa dos dados armazenados. Todo o processo é monitorado e auditado, proporcionando segurança para empresas e consumidores.

    A ampliação da planta está alinhada aos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece metas para o recolhimento e reciclagem de resíduos eletrônicos. O Brasil, no entanto, ainda enfrenta desafios nesse campo. Apenas uma fração dos 2,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico gerados anualmente é reciclada. Iniciativas como a da Ambipar são cruciais para mudar essa realidade, promovendo sustentabilidade e reaproveitamento de recursos valiosos.

    A mineração urbana representa uma revolução na maneira como se lida com o lixo eletrônico, transformando passivos ambientais em ativos econômicos. Com projetos como o da Ambipar, o Brasil se posiciona na vanguarda da economia circular.

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