Mauricio Tolmasquim: “A parceria Petrobras-BNDES vai definir o preço público do carbono”
Parceria entre Petrobras e BNDES visa restaurar a Amazônia e estabelecer valor de referência para o carbono
247 – O diretor de Sustentabilidade e Transição Energética da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que a recém-lançada parceria entre a estatal e o BNDES “vai definir o preço público do carbono”. A declaração foi feita durante apresentação do programa ProFloresta+, nesta semana. A iniciativa tem como meta restaurar até 50 mil hectares de áreas degradadas na Amazônia, com geração de 15 milhões de toneladas de créditos de carbono e criação de cerca de 4.500 empregos na região.
A proposta, segundo Tolmasquim, tem como inspiração o modelo bem-sucedido de expansão do setor elétrico brasileiro, que utilizou contratos de longo prazo (PPAs) para atrair investidores. “No setor elétrico, o investidor só teve segurança para aplicar quando passou a saber, com antecedência, qual seria o preço da energia. Vamos fazer o mesmo com os créditos de carbono oriundos de restauração florestal”, disse ele.
Estrutura técnica e inovação no financiamento
Desenvolvido com apoio do Instituto Clima e Sociedade, Nature Investment Lab, Agroicone, IMAFLORA e do escritório Mattos Filho, o ProFloresta+ será estruturado com base em leilões promovidos pela Petrobras. Vencerá quem oferecer o menor preço por tonelada de carbono restaurado. Esses contratos servirão como garantia para o financiamento dos projetos junto ao BNDES, sem a necessidade de garantias corporativas – o que viabiliza a participação de pequenos empreendedores e iniciativas locais.
“Hoje é mais fácil comprar crédito de carbono de preservação do que de restauração. Isso acontece porque o restauro é caro, demanda tempo e os investidores não têm segurança sobre o retorno. O ProFloresta+ resolve essa equação”, destacou Tolmasquim.
Modelo replicável e impacto estratégico
Com a previsão de leiloar inicialmente até 5 milhões de créditos de carbono, abrangendo 15 mil hectares, a primeira etapa do programa deverá movimentar mais de R$ 450 milhões em investimentos. Os critérios de seleção dos projetos envolvem integridade ambiental, benefícios sociais e inclusão produtiva de comunidades amazônicas.
A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, que também participou da apresentação, detalhou os próximos passos do edital, que está em fase de consulta pública. O objetivo é criar um padrão de referência para o mercado, estabelecendo um valor transparente e confiável para os créditos de carbono de restauração – algo que ainda não existe no Brasil.
Segundo Tolmasquim, “a previsibilidade do preço do carbono e a estruturação de um pipeline de projetos permitirão ao país transformar a restauração florestal em um ativo econômico de impacto global”.
A iniciativa marca um passo decisivo rumo à consolidação de um mercado nacional de carbono, alinhado às metas climáticas do Brasil e ao fortalecimento da bioeconomia amazônica. Assista:
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