Após pressão do Planalto, Marinha exclui das redes sociais vídeo que defendia privilégios militares
Lula e ministros consideraram a postagem inoportuna em meio ao debate sobre corte de gastos e mudanças na aposentadoria dos militares
247 - A Marinha do Brasil decidiu retirar de suas redes sociais um vídeo publicado no Dia do Marinheiro, após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destaca a Folha de S. Paulo. A filmagem, que ironizava supostos privilégios na carreira militar, gerou grande repercussão negativa e foi vista como uma tentativa de politicagem por parte do almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Força Naval.
O vídeo, lançado em 1º de dezembro, contrastava imagens de marinheiros em operações de resgates e treinamentos com cenas de lazer, como praias e festas. Ao final, uma marinheira falava diretamente à câmera: “Privilégios? Vem pra Marinha.” A postagem gerou descontentamento entre os ministros do governo, que consideraram o conteúdo inoportuno, especialmente após um encontro no Palácio da Alvorada, no dia anterior, onde os comandantes militares expressaram suas contrariedades sobre o pacote fiscal que altera a previdência dos militares.
Em resposta, o almirante Olsen se justificou, alegando que a intenção do vídeo era mostrar para os militares que a Marinha não estava sendo desamparada, em meio a pressões contra os benefícios da carreira. Contudo, a ação gerou um grande constrangimento, e alguns membros do governo pediram sua demissão.O comandante da Marinha também enfrentou críticas por seus altos benefícios recebidos ao se aposentar em 2023, um valor superior a R$ 1 milhão, conforme o Portal da Transparência.
Ainda de acordo com a reportagem, embora o vídeo tenha sido retirado das redes sociais, a crise não foi contida totalmente. No dia 16 de dezembro, durante um encontro anual com capitães e almirantes da ativa e da reserva na Escola de Guerra Naval, Olsen relatou as pressões recebidas de Lula e destacou a necessidade de ser diplomático para reverter a situação.
O almirante também teria comentado que a Marinha se sentia desamparada diante dos sucessivos cortes de gastos e mudanças nas aposentadorias, especialmente diante do impacto das reformas na previdência militar.
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