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Após pressão, Exército adia assinatura de contrato com empresa israelense

A israelense Elbit Systems fornece equipamentos militares para as tropas envolvidas no massacre dos palestinos em Gaza

(Foto: Divulgação / Elbit Systems)

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247 - O Exército Brasileiro anunciou o adiamento da assinatura do contrato inicial para a compra de 36 viaturas blindadas de combate, obuseiros de calibre 155 mm autopropulsados sobre rodas (VBCOAP-SR). A vencedora da licitação internacional, a empresa israelense Elbit Systems e suas subsidiárias brasileiras Ares Aeroespacial e Defesa e AEL Sistema, ofereceram o sistema Atmos 2000 para equipar as unidades de artilharia do Exército Brasileiro. 

O acordo, que pode chegar a R$ 750 milhões, foi anunciado na semana passada, e tem sido alvo de críticas devido devido ao envolvimento da empresa em episódios do genocídio promovido por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza.

Segundo o portal Terra, o Exército justificou o adiamento alegando a necessidade de submeter novamente o processo à assessoria jurídica do Ministério da Defesa devido a alterações feitas na fase final do processo de seleção da licitação. O objetivo é apresentar as razões técnicas que fundamentaram a escolha da empresa israelense. 

O protocolo permitiria a entrega de um lote inicial de dois obuseiros, destinados a testes durante dois anos. A assinatura do contrato final para a entrega das outras 34 unidades ocorreria após a aprovação final do equipamento.

O processo de compra das viaturas blindadas de combate teve início em 2017 e, caso o equipamento seja aprovado e a compra seja mantida, a conclusão está prevista para 2034. O objetivo do Exército é modernizar sua artilharia divisionária, que atualmente conta com obuseiros projetados há cerca de 70 anos. No entanto, a compra enfrentou críticas devido ao envolvimento da empresa na guerra de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza.

A decisão de adiar a assinatura do contrato ocorreu um dia antes de uma carta assinada por líderes políticos e personalidades, incluindo o ex-deputado federal José Dirceu, o cantor Chico Buarque e sua esposa, a jurista carol Proner, além do ex-secretário nacional de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro, entre outros, se tornar pública. O documento pede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que encerre as transações comerciais com empresas israelenses em razão do desrespeito de Israel a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que determinou um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Apesar das críticas, o Exército obteve o aval para escolher a empresa israelense, argumentando que era a melhor proposta técnica e a melhor proposta para o país, considerando a transferência de tecnologia e a criação de empregos. A Elbit concordou em produzir a munição 155 mm no Brasil, o que seria um benefício adicional. A empresa prevê que o contrato gere entre 200 e 400 empregos diretos e de 400 a 700 indiretos no Brasil.

A reportagem procurou a empresa Elbit para comentar sobre o adiamento da assinatura do contrato, mas até o momento não obteve resposta.

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