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    Após 'refúgio' na Embaixada da Hungria, Planalto avalia como erro pedir a prisão preventiva de Bolsonaro neste momento

    Avaliação é de que a prisão de Bolsonaro agora seria juridicamente frágil e poderia amplificar a narrativa de que o ex-mandatário é vítima de perseguição política

    Ex-presidente Jair Bolsonaro na porta da sua casa em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    247 - Aliados e interlocutores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam como contraproducente um pedido de prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) em decorrência de ter ficado hospedado por dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações que apuram o seu envolvimento no planejamento de um suposto golpe de Estado. Segundo a CNN Brasil, “a avaliação é de que uma prisão de Bolsonaro neste momento é juridicamente frágil e poderia render munição para o discurso do ex-presidente de que ele é uma vítima de perseguição política”. 

    "Já vimos esse filme de atropelamento de etapas. A prisão é a última alternativa após uma sentença colegiada para aumento da pena. Antecipar isso, sem justificativa muito forte, é um erro", disse um interlocutor do Palácio do Planalto, segundo a reportagem. 

    A decisão sobre os próximos passos em relação a Bolsonaro agora está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado deu um prazo de 48 horas para que a defesa do ex-mandatário explique os motivos de sua estadia na embaixada húngara, após ter sido alvo de busca e apreensão. Ainda conforme a CNN, a resposta da defesa deverá ser enviada por escrito.

    Por outro lado, a PF avalia solicitar o aumento das medidas restritivas impostas ao ex-mandatário. Atualmente, Bolsonaro está proibido de entrar em contato com outros investigados, teve seu passaporte apreendido e está impedido de participar de eventos militares. A possibilidade de estender essas restrições para incluir visitas a embaixadas não está descartada.

    Saiba mais - O jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso em decorrência das investigações que pesam contra ele, desde tentar um golpe de Estado até falsificar certificados de vacinação. Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, no âmbito das investigações sobre uma trama golpista. Quatro dias depois, na noite de 12 de fevereiro, Bolsonaro foi filmado entrando na Embaixada da Hungria, onde permaneceu até o dia 14.

    Bolsonaro esteve na companhia de seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro e sua equipe. A estadia de Bolsonaro na embaixada sugere uma tentativa de utilizar sua conexão com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um líder de extrema direita, como um meio de escapar da Justiça. Uma vez na embaixada, o ex-mandatário não poderia ser preso pelas autoridades brasileiras. A proximidade entre Bolsonaro e Orban tem sido evidente ao longo dos anos.

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