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    Aras sabia e nada fez contra uso da Abin para anular investigação contra Flávio Bolsonaro por rachadinha

    Apesar da determinação da ministra Cármen Lúcia, do STF, para que Aras conduzisse uma investigação, pouco avançaram as apurações sobre o caso

    Augusto Aras (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

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    247 - Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, focada na investigação de produção de notícias falsas e monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas críticos ao governo Jair Bolsonaro (PL) por meio da 'Abin paralela'. A operação trouxe à tona novos desdobramentos em casos envolvendo o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

    Já em 2020, segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, o ex-procurador-geral da República Augusto Aras foi instado a investigar alegações de que a Abin teria sido usada para buscar provas que pudessem anular o processo contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), acusado de envolvimento em esquema de rachadinha. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Aras conduzisse a investigação após reportagens apontarem a existência de uma 'Abin paralela' dedicada a encontrar meios de desqualificar o caso Queiroz.

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou em 2021 que a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, entregasse relatórios que detalhavam as instruções passadas a Flávio Bolsonaro sobre como anular o caso Queiroz. No entanto, o pedido não foi atendido para proteger as fontes de informação. A advogada de Flávio Bolsonaro na época, Luciana Pires, foi convocada a depor, mas invocou sigilo profissional e não compareceu, levando a PGR a encerrar a investigação sem avanços.

    A Operação Última Milha, no entanto, deu novo impulso às investigações. A PF revelou que um áudio apreendido no celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, gravado em uma reunião de 25 de agosto de 2020, contém conversas entre Ramagem, Bolsonaro e o general Augusto Heleno sobre um plano para interferir na investigação das rachadinhas contra Flávio Bolsonaro.

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