“As relações Brasil-EUA serão ótimas, como sempre foram”, diz Mauro Vieira sobre retorno de Trump à Casa Branca
Chanceler afirma que o pragmatismo vai se sobrepor a eventuais questões ideológicas: “os interesses dos Estados são sempre maiores”
247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta em uma relação pragmática com os Estados Unidos durante o mandato do presidente eleito Donald Trump, que toma posse no próximo dia 20. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, é um dos principais defensores dessa tese e afirma que as divergências ideológicas entre Lula e Trump não se sobrepõem aos interesses dos dois países.
“As relações Brasil-EUA vão ser sempre ótimas, como sempre foram. São relações de Estado, o presidente Lula mesmo já teve as melhores relações possíveis com o Bush, como todos os outros. Os interesses dos Estados são sempre maiores”, declarou o chanceler ao jornal O Globo.
Auxiliares de Lula acreditam que os países manterão um diálogo cordial e lembram da relação de Lula com o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, também do Partido Republicano. Durante a presidência, Bush visitou o Brasil em duas oportunidades, apesar da posição do Brasil contra a guerra do Iraque. O ex-chanceler Celso Amorim, atual assessor de Lula, destacou a boa relação entre os governos em seus livros.
Entretanto, o cenário internacional mudou significativamente desde 2009, e o Partido Republicano, agora sob a liderança de Trump, adotou um rumo mais isolacionista, principalmente nas questões de política externa. Trump, eleito para seu segundo mandato, não contou com o apoio de Bush nas disputas presidenciais, refletindo o distanciamento dentro da legenda. Durante o governo de Michel Temer (MDB), o então presidente dos EUA adotou uma postura mais fria, especialmente em relação às questões da América Latina, com foco nas crises migratórias de Venezuela e Nicarágua.
Com a eleição de Jair Bolsonaro (PL), houve uma aproximação entre os governos, e Trump designou o Brasil como "aliado extra-Otan", o que possibilita uma série de acordos militares e econômicos com os Estados Unidos.
Em dezembro, após ser eleito, Trump ameaçou taxar produtos brasileiros e criticou a tributação no país. “O Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, declarou Trump.
Lula sequer foi convidado para a posse de Trump, ao contrário de Bolsonaro e seus aliados. Cerca de parlamentares bolsonaristas são esperados na cerimônia de posse do presidente eleito. Além disso, Trump convidou outros líderes da extrema-direita, como Javier Milei, da Argentina, e Giorgia Meloni, da Itália.
Em resposta ao resultado das eleições americanas, Lula adotou um tom conciliatório em suas declarações, parabenizando Trump pela vitória. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”, afirmou Lula em suas redes sociais, demonstrando disposição para manter um canal de diálogo.
Regulação das redes sociais - O governo brasileiro avalia que as discussões sore a regulação das rede sociais podem gerar atritos com Trump. O alinhamento das big techs com a agenda do ex-presidente gera temores no Brasil, especialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que teme um retrocesso no combate à disseminação de fake news nas eleições.
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