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    Bolsonaro agradece a Trump por 'abraçar' Eduardo nos EUA: 'meu filho é patriota e precisa combater o nazifascismo'

    Prestes a ser condenado no inquérito do plano golpista, o ex-mandatário chorou

    Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | PR)
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    247 - Jair Bolsonaro (PL) agradeceu ao presidente norte-americano, Donald Trump, por acolher o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O parlamentar alegou perseguição judicial contra políticos da extrema-direita brasileira após o PT pedir ao Supremo Tribunal Federal a apreensão de passaporte por supostamente atentar contra a "soberania nacional". O parlamentar vem fazendo articulações nos últimos meses com autoridades americanas, numa tentativa de conseguir mais apoio, com o objetivo de livrar o seu pai de prováveis punições prestes a serem determinadas pelo STF. 

    “Confiscaram meu passaporte, mas meu pensamento está com Donald Trump, que seguirá abraçando o meu filho”, disse Jair Bolsonaro no Senado. “Coisa rara no Brasil, [no meu governo] tivemos um presidente alinhado com democracias no mundo todo, inclusive a americana. Mas todo sacrifício é válido quando queremos um país forte, independente e livre”, complementou. 

    Para o ex-mandatário, Eduardo se licenciou da Câmara para 'combater o nazifascismo'. “Toda vez que estive em Israel, fui bem recebido. Conheci o país acompanhado da minha senhora e visitei o museu do Holocausto. O afastamento de um filho. Um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que avança em nosso  país. A liberdade não tem preço e é mais importante que a própria vida. O exemplo de Israel está vivo”.

    Ao justificar a ida aos EUA, Eduardo Bolsonaro disse que o ministro do STF Alexandre de Moraes pode determinar a sua prisão. “Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”.

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    Da esq. para a dir.: Steve Bannon, Jair e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reuters | ABrReuters | ABr

    As articulações entre o bolsonarismo e o trumpismo não ocorrem à toa. Críticas ao Judiciário são estratégia do norte-americano Steve Bannon, que tentou na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos e em outros países. Em janeiro de 2021, quando Donald Trump perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento, numa tentativa de golpe que não deu certo. Bannon também teve um encontro com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA após o segundo turno da eleição presidencial de 2022 no Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado.

    Após tomar posse, em 20 de janeiro de 2025, Trump deu início às suas ofensivas contra o Judiciário brasileiro. Em fevereiro, a Justiça norte-americana rejeitou um pedido de liminar apresentado pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media & Technology Group contra Moraes. As empresas buscavam uma decisão que as isentasse de cumprir determinações do magistrado brasileiro, que incluíam a remoção de contas de um apoiador de Bolsonaro de suas plataformas.

    No STF brasileiro, o ministro Alexandre de Moraes é relator do inquérito sobre o plano golpista. A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, que depois foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, e está prestes a ser condenado por envolvimento na trama ilegal, que, segundo investigadores da PF e da PGR, tinha como um dos objetivos os assassinatos do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin e de Moraes. 

    O ministro do STF Cristiano Zanin marcou para o dia 25 de março a sessão para julgar Bolsonaro. Na Corte, a 1ª Turma, que fará o julgamento, também é composta pelos ministros Luiz Fux, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Moraes. 

    Caso a denúncia seja aceita, o ex-mandatário, o general Braga Netto e mais seis investigados se tornarão réus - Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin), Mauro Cid (delator de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa) e General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional).

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