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    Bolsonaro disse 'não ter coragem' para dispersar manifestantes golpistas em frente aos quartéis, diz ex-aliado

    "Aí está o resultado: todo mundo preso, e a anistia dificilmente será aprovada", disse o deputado federal Otoni de Paula

    Deputado Otoni de Paula (Foto: Agência Câmara)

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    247 - O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) se prepara para assumir a presidência da Frente Parlamentar Evangélica em 2025, posição em que é considerado favorito. Figura conhecida por sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Otoni tem se distanciado do grupo bolsonarista e se aproximado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

    Entre 2019 e 2022, Otoni foi um defensor ferrenho do governo Bolsonaro na tribuna da Câmara dos Deputados, mantendo-se ao lado do ex-presidente até a última eleição. Porém, após a derrota eleitoral de Bolsonaro, o deputado passou a criticar a postura de isolamento do ex-mandatário e a resistência ao resultado das urnas. Essa postura, segundo Otoni, levou militantes a se exporem a riscos, tanto físicos quanto pessoais, ao acamparem em frente aos quartéis em busca de um golpe militar.

    Em entrevista ao Congresso em Foco, Otoni contou que em um encontro no Palácio da Alvorada durante o isolamento pós-eleitoral do ex-mandatário, Otoni revelou ter sugerido a a Bolsonaro que se pronunciasse publicamente para pedir aos manifestantes que voltassem para casa. O ex-mandatário, segundo o deputado, não teve coragem de dar esse passo. A falta de uma posição de Bolsonaro culminou nos ataques às sedes dos três poderes, em 8 de janeiro de 2023. 

    “Eu estava preocupado com os patriotas nas portas dos quartéis. Eu disse: ‘presidente, o senhor podia dar uma palavra para eles, porque não vai ter nada. A gente perdeu a eleição’. Ele respondeu que não tinha coragem de falar com os manifestantes", contou o parlamentar. Otoni também recorda a reação que teve ao alertar os manifestantes para se afastarem dos quartéis. “Foi quando falei em entrevista dizendo ‘saiam da porta dos quartéis, vocês serão presos’. Todos me xingaram e me chamaram de traidor. E aí está o resultado: todo mundo preso, e a anistia dificilmente será aprovada”, destacou. 

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