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    Bolsonaro se confundiu, diz Witzel sobre acusação de troca de favores

    Bolsonaro disse que Witzel afirmou que resolveria o caso de "rachadinha" envolvendo Flávio Bolsonaro em troca de uma nomeação para o Supremo

    Wilson Witzel (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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    247 - O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel negou veementemente ter dito a Jair Bolsonaro que resolveria o caso de "rachadinha" envolvendo Flávio Bolsonaro em troca de uma nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação foi feita por Bolsonaro durante uma conversa com Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, e o general Augusto Heleno, chefe do GSI. O áudio dessa conversa foi obtido pela Polícia Federal e teve seu sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes. As informações são da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo

    Na gravação, Bolsonaro afirma ter encontrado Witzel no ano anterior e menciona que Witzel teria dito: "Resolvo o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo." Bolsonaro também sugere que Witzel pretendia nomear o juiz Flavio Itabaiana para essa vaga. O general Heleno respondeu comentando sobre "sede de poder", reforçado por Bolsonaro. Witzel, no entanto, negou qualquer relação pessoal ou profissional com o juiz Itabaiana e declarou que Bolsonaro deve ter se confundido devido a suas inúmeras preocupações ou por acreditar que Witzel faria o que se verifica atualmente com a Abin e a Polícia Federal.

    "Nunca mantive qualquer relação pessoal ou profissional com o juiz Flavio Itabaiana e jamais ofereci qualquer tipo de 'auxílio' a qualquer um durante meu governo", afirmou Witzel. "O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e Polícia Federal"

    O áudio, supostamente gravado por Ramagem, foi mencionado em uma representação da Polícia Federal na investigação sobre a "Abin paralela" no governo de Bolsonaro. A reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020 e contou com a participação das advogadas de Flávio Bolsonaro, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Recentemente, uma operação prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem, agora deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Ramagem negou qualquer interferência para ajudar Flávio Bolsonaro no caso de "rachadinha", afirmando que a questão foi resolvida exclusivamente na instância judicial.

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