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    Braga Netto e Heleno devem ser os próximos alvos da Polícia Federal

    Esta é a expectativa da cúpula militar diante das investigações sobre planos de golpe e assassinatos de lideranças brasileiras

    Augusto Heleno e Walter Braga Netto (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

    247 – Os generais reformados Braga Netto e Augusto Heleno, ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro, estão sob os holofotes das investigações da Polícia Federal e são apontados como os próximos possíveis alvos das autoridades. De acordo com reportagem assinada pela jornalista Monica Gugliano, do jornal O Estado de S. Paulo, ambos aparecem em depoimentos como os grandes articuladores de um golpe de Estado que teria sido planejado por um grupo de militares.

    A operação que desencadeou essas expectativas ocorreu nesta terça-feira, com a prisão de um general reformado, três integrantes das Forças Especiais – conhecidos como "kids pretos" – e um policial federal. Os suspeitos são acusados de planejar um golpe de Estado e o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A decisão judicial que autorizou as prisões se baseou em um robusto inquérito da Polícia Federal, com mais de 200 páginas detalhando nomes, codinomes, diálogos interceptados e até armamentos que seriam usados no ataque.

    Investigação expõe alto escalão

    Nos depoimentos mais recentes, o tenente-coronel Mauro Cid destacou o papel de Braga Netto e Heleno como coordenadores do plano golpista, embora o movimento tenha sido frustrado pelo Alto Comando do Exército, que, em sua maioria, rejeitou a conspiração. O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência durante o governo Bolsonaro, também está implicado. Segundo a investigação, Fernandes chegou a imprimir documentos detalhando o plano dentro do Palácio do Planalto.

    O inquérito revelou ainda o uso de celulares descartáveis, diálogos minuciosamente interceptados e a posse de armamentos pesados, como metralhadoras e uma espécie de lança-rojão. A gravidade das acusações reforça a possibilidade de medidas mais duras contra Heleno e Braga Netto.

    Movimentações suspeitas e silêncio

    Enquanto o cerco se fecha, Braga Netto permanece recluso, limitando-se a movimentações pontuais, como sua recente candidatura a vereador. Já o general Heleno optou por um comportamento ainda mais discreto, praticamente desaparecendo dos holofotes e mantendo-se em casa.

    O caso também trouxe à tona relatos de comportamentos aparentemente desconectados de figuras próximas ao núcleo investigado. O general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava cargo no alto escalão durante o governo Bolsonaro, teria se mantido alheio às atividades suspeitas de Fernandes, aproveitando viagens pela Europa com a esposa, como mostrado em suas redes sociais.

    Contexto político e implicações

    A operação da Polícia Federal reflete um novo capítulo de tensões envolvendo a política brasileira e o papel de militares no governo Bolsonaro. A decisão do ministro Alexandre de Moraes expõe uma tentativa de preservar a estabilidade democrática e combater movimentos que visam desestabilizar instituições. Enquanto isso, a cúpula militar observa com apreensão o desdobramento das investigações, reconhecendo que figuras como Heleno e Braga Netto podem ser formalmente responsabilizadas nos próximos passos do processo.


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