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    Brasil fortalece diálogo com Europa por solução negociada para crise política na Venezuela

    Avaliação é de que o agravamento da crise na Venezuela levará a um cenário que não interessa a ninguém

    Mauro Vieira e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O governo brasileiro intensificou as conversas com países europeus sobre a crise eleitoral na Venezuela. O Itamaraty percebe uma convergência em insistir na cobrança ao presidente Nicolás Maduro sobre as atas eleitorais, ao mesmo tempo em que busca uma solução negociada para o impasse.

    Na manhã desta terça-feira, segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por telefone com o chanceler espanhol José Manuel Álbares, principal articulador europeu sobre o tema. Essa conversa faz parte de uma série de diálogos que Vieira tem mantido desde a semana passada, na tentativa de encontrar uma solução. Na quinta-feira (29), o chanceler brasileiro conversou com Josep Borrell, alto representante da União Europeia para as Relações Exteriores sobre a crise política venezuelana.

    O telefonema do presidente da França, Emmanuel Macron, feito a Lula nesta segunda-feira (5), elogiando a posição do Brasil, México e Colômbia sobre as eleições na Venezuela, foi visto como um resultado positivo das negociações com os países europeus.

    Membros do alto escalão do Itamaraty reconhecem que não há garantias de que a estratégia de insistir na apresentação das atas seja eficaz, mas a consideram a alternativa viável no momento. A avaliação é que o agravamento da crise na Venezuela levará a mais repressão e violência, algo que não interessa a ninguém, especialmente à oposição.

    A divulgação de uma carta assinada pela líder oposicionista Maria Corina Machado e pelo candidato à presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia, pedindo que as instituições do país "procedam" à proclamação de González como presidente eleito, foi considerada um "erro" pelo Itamaraty. O temor do ministério é que ações como essa possam dar argumentos a Nicolás Maduro para rejeitar a negociação que o Brasil busca intermediar.

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