Cacique Raoni critica exploração de petróleo na Margem Equatorial e diz ter recebido recado espiritual
Projeções da Petrobras apontam que região tem potencial para a retirada de aproximadamente 10 bilhões de barris
247 – O cacique Raoni Metuktire fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma postura mais firme na preservação ambiental. Reconhecido internacionalmente pela defesa dos povos indígenas e do meio ambiente, ele afirmou nesta sexta-feira (4) ser contra os planos do governo federal de explorar petróleo na Margem Equatorial. o governo federal, porém, defende a exploração na região em função do potencial de grandes reservas petrolíferas que poderiam financiar projetos e assegurar a transição energética do Brasil
A região, localizada no litoral norte do Brasil, é vista como estratégica para o futuro energético do país. Segundo estimativas da Petrobras, o potencial de extração na Margem Equatorial pode chegar a 10 bilhões de barris. O governo aposta na exploração como uma forma de garantir a segurança energética do país nas próximas décadas, diante da previsão de declínio do Pré-Sal a partir de 2030.
"Eu penso que não [deveria explorar a Margem Equatorial]. Porque essas coisas, da forma como estão, garantem que a gente tenha um meio ambiente, a terra com menos poluição e menos aquecimento", afirmou o cacique, na língua nativa usada pelos grupos Kayapó. A declaração foi traduzida por um intérprete.
"Se isso acontecer, eu sou pajé também. Eu já tive contato com os espíritos, que sabem dos riscos que a gente tem de continuar trabalhando dessa forma, de destruir e destruir e destruir", completou.
A fala ocorreu durante uma cerimônia no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, onde o cacique Raoni Metuktire foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito pelo presidente Lula.
Saiba mais - O Ministério de Minas e Energia defende a exploração de petróleo na Margem Equatorial como uma medida estratégica para garantir a segurança energética do Brasil nas próximas décadas. Isso porque, segundo estimativas, a exploração no Pré-Sal deve entrar em declínio a partir de 2030.
De acordo com o chefe da pasta, ministro Alexandre Silveira, os recursos gerados pela exploração da Margem Equatorial também poderiam ser usados para financiar a transição energética, com foco em fontes renováveis.
As projeções da Petrobras apontam que a região pode render até 10 bilhões de barris de petróleo. A estatal espera obter ainda em abril a licença pré-operacional que vai permitir o início das atividades na região.
Um estudo elaborado por técnicos do ministério projeta US$ 56 bilhões em investimentos, geração de mais de 300 mil empregos e arrecadação governamental superior a US$ 200 bilhões com a liberação da exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira.
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