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    Caiado usa o crime do PCC em Guarulhos para atacar Lula e omite a responsabilidade do governo paulista

    Governador de Goiás tentou responsabilizar o presidente Lula por uma possível falha dos policiais de São Paulo

    Ronaldo Caiado e Lula (Foto: ABR)

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    247 – A execução de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última sexta-feira, 8, gerou grande repercussão no meio político. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, usou as redes sociais para criticar o governo federal e cobrar uma postura firme do presidente Lula. Em uma série de tweets, Caiado acusou a administração federal de inércia diante da ação das facções criminosas, afirmando que crimes dessa magnitude exigem respostas diretas e incisivas de Brasília.

    Caiado iniciou suas declarações destacando a ousadia das facções: “O PCC se permite a audácia de entrar no maior aeroporto do Brasil e executar, com tiros de fuzil, uma testemunha. Atuam à vontade, à luz do dia. Ou o estado brasileiro acaba com as facções ou as facções tomarão de vez o estado brasileiro.” Em seguida, reforçou a crítica ao afirmar que o atentado ocorreu em uma área de jurisdição federal, sugerindo que o governo de Lula tem a obrigação de resolver o caso: “Está aí uma oportunidade para o governo Lula dar uma resposta dura às facções, solucionando o crime e pegando os responsáveis. Para isto não precisa de PEC e nem de amarrar as polícias estaduais. Precisa de ação.”

    Responsabilidades e desvios no discurso de Caiado

    No entanto, as declarações de Caiado são vistas como um desvio da verdadeira responsabilidade pelo caso. Embora o Aeroporto Internacional de Guarulhos esteja sob jurisdição federal, a operação de segurança e a proteção imediata da vítima estavam a cargo das autoridades do estado de São Paulo. Depoimentos colhidos pela Polícia Civil e reportados pelo jornal Estado de S. Paulo indicam possíveis falhas e até conivência por parte dos policiais que faziam a escolta de Gritzbach.

    Relatos apontam que os agentes de segurança pararam em um posto de gasolina, alegando uma falha mecânica no veículo de escolta. Essa parada resultou na ausência de três dos quatro policiais no momento do assassinato. Um dos depoimentos revelou que, após a falha, os policiais ouviram do filho de Gritzbach pelo telefone o relato desesperado do ataque: “Deram tiro aqui, tio, deram tiro aqui.”

    A crítica de Caiado: estratégica ou leviana?

    A tentativa de Caiado de responsabilizar Lula pode ser interpretada como uma estratégia para politizar o episódio e desviar o foco das autoridades estaduais, que têm a responsabilidade direta pela segurança local e pela escolta de Gritzbach. Em sua argumentação, Caiado comparou a situação à atuação do FBI nos Estados Unidos, afirmando: “Nos EUA, quando se tem um crime federal desta proporção, o FBI entra e resolve. No Brasil, o governo federal fica assistindo.”

    No entanto, analistas de segurança pública ressaltam que, embora crimes envolvendo facções possam ter implicações federais, a execução e gestão da segurança local são primariamente tarefas dos governos estaduais. A possível conivência dos policiais paulistas reforça essa perspectiva, indicando que a solução do caso depende de uma investigação robusta conduzida pelas próprias autoridades de São Paulo.

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