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    Assassinato do PCC em Guarulhos: investigações apontam para participação de policiais no crime

    Depoimentos revelam que falha mecânica e paradas estratégicas atrasaram escolta de delator do PCC

    Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

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    247 – A morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC executado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira, 8, revelou possíveis falhas na segurança oferecida por policiais militares que faziam sua escolta. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, detalhes dos depoimentos desses agentes à Polícia Civil levantam suspeitas sobre a conduta e a real atuação dos PMs durante o ocorrido.

    Gritzbach, que voltava de viagem com a namorada, foi assassinado no Terminal 2, onde seria recebido pelo filho de 11 anos e por quatro policiais militares contratados como seguranças. Contudo, uma alegada falha mecânica e uma parada em um posto de gasolina próximo ao aeroporto contribuíram para que três dos agentes não estivessem presentes no momento do ataque.

    Depoimentos contraditórios e falhas na operação

    Um dos depoimentos obtidos pelo jornal, dado por um PM de 39 anos que estava no local, revelou que, a caminho do aeroporto, o grupo parou em um posto de gasolina na Rodovia Hélio Smidt, em Guarulhos. Os policiais teriam feito um lanche e, ao tentarem seguir viagem, a Amarok usada pela escolta apresentou problemas e não ligou. “Alguns minutos depois, o filho de Antonio [Gritzbach] ligou dizendo: ‘Deram tiro aqui, tio, deram tiro aqui’”, relatou o agente.

    Essa versão foi corroborada por um segundo policial, de 34 anos, que prestou depoimento à meia-noite no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP). Ele afirmou que, após nove meses de trabalho contínuo para Gritzbach, havia interrompido a função por suspeitar de sua possível ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Contudo, aceitou uma escala esporádica para a escolta no dia do assassinato.

    O segundo agente confirmou que o grupo chegou ao posto por volta das 15h20, e o assassinato ocorreu perto das 16h. “Tivemos um problema mecânico na Amarok e ficamos impossibilitados de seguir ao aeroporto. Um dos policiais sugeriu que a Trailblazer voltasse ao posto para reorganizar a escolta, mas isso não ocorreu a tempo”, explicou.

    Celulares apreendidos e novas pistas

    A Polícia Civil afastou os policiais envolvidos e apreendeu seus celulares, além dos aparelhos da namorada de Gritzbach, do filho e de um amigo da família. A investigação busca esclarecer se houve comunicação entre os agentes e possíveis terceiros que poderiam ter facilitado a execução, bem como verificar se a falha mecânica foi realmente um incidente ou uma manobra premeditada.

    A perícia inicial apontou que pelo menos 27 disparos de fuzil atingiram o delator do PCC, sugerindo uma emboscada meticulosamente planejada. Apesar da violência do ataque, os depoimentos dos agentes afirmam não saber quem foi o mandante do crime.

    Impacto e próximas etapas

    O caso traz à tona questões preocupantes sobre a integridade e a eficiência de agentes da segurança pública em situações que envolvem o crime organizado. As investigações em curso buscam determinar se a conduta dos PMs foi meramente negligente ou se houve, de fato, algum nível de colaboração intencional.

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