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    CNU: participante que se declara negro é impedido de acessar sistema de cotas

    O servidor foi impedido de concorrer às vagas reservadas para pessoas negras após ser considerado "não enquadrado"

    Candidatos do CNU (Foto: Agência Brasil)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - Gustavo Amora, militante do movimento negro e servidor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), enfrenta um processo judicial para garantir sua participação no regime de cotas do Concurso Nacional Unificado (CNU). A informação é do G1.

    O servidor foi impedido de concorrer às vagas reservadas para pessoas negras após ser considerado "não enquadrado" no procedimento de heteroidentificação, etapa que avalia traços físicos de candidatos que se autodeclaram pretos ou pardos para prevenir fraudes. Amora, que se inscreveu para as vagas do Bloco 4, voltadas para Trabalho e Saúde do Servidor, havia sido aprovado nas provas objetiva e discursiva do concurso antes de ser reprovado nessa fase.

    Após a primeira negativa, ele recorreu administrativamente à decisão por meio da página da banca organizadora, a Fundação Cesgranrio, mas recebeu novamente a resposta de "não enquadrado". Com isso, Gustavo passou a concorrer apenas na ampla concorrência. Paralelamente, ingressou com um pedido liminar na Justiça Federal para ser reincluído no regime de cotas, mas o pedido foi indeferido em primeira instância. Agora, sua defesa pretende levar o caso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

    Histórico de lutas e sistema de cotas

    A exclusão de Gustavo Amora gera debate, principalmente devido ao seu engajamento na luta contra o racismo e na defesa do sistema de cotas no Brasil. Como estudante, ele participou ativamente da implementação das cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB), antes mesmo da aprovação da legislação federal que regula o tema. Além disso, já atuou como jurado em comissões de heteroidentificação, reforçando seu envolvimento e conhecimento sobre o processo.

    "Meu histórico fala por si: eu sou uma pessoa negra, reconhecida socialmente, e profundamente engajado na luta contra o racismo no Brasil. Essa decisão não só me prejudica, mas ameaça o próprio sistema de cotas", declarou o servidor.

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