Delator do PCC viveu 21 dias recluso com a família antes de ser assassinado: "pânico de morrer"
A informação foi registrada em 2022, durante um pedido de soltura do delator
247 - Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e acusado de envolvimento em crimes financeiros contra a facção, passou 21 dias sem sair de casa, recluso com sua família, por medo de ser assassinado. A informação foi registrada em 2022, durante um pedido de soltura do delator, e voltou à tona após seu brutal assassinato na última sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. As informações são do g1 São Paulo.
Gritzbach foi morto com dez tiros por dois homens encapuzados armados com fuzis, em plena área de desembarque do Terminal 2. O crime, capturado por câmeras de segurança, chocou pelo nível de planejamento e ousadia. Até o momento, os autores não foram identificados ou presos.
O cárcere doméstico por medo de execução
Segundo a defesa do empresário, que usou o período de reclusão como argumento para sua soltura preventiva, ele e sua família estavam "enclausurados em seu apartamento durante 21 dias, temendo por sua vida e de seus familiares". Durante esse período, eles evitaram até atividades básicas, como sair para comprar alimentos ou levar as crianças à escola. "A todo o momento recebe informações que sua morte está decretada pelo PCC", afirmou a defesa à época.
O motivo das ameaças estava relacionado a uma disputa financeira milionária com Anselmo Becheli Santa, conhecido como Cara Preta, um líder influente do PCC, e seu braço direito, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Ambos foram assassinados em 2021, crimes pelos quais Gritzbach era acusado de ser o mandante.
Golpe milionário e tribunal do crime
De acordo com investigações e depoimentos de testemunhas protegidas, Gritzbach teria convencido Cara Preta a investir cerca de R$ 200 milhões em criptomoedas, prometendo lucros extraordinários. O dinheiro, no entanto, teria sido desviado para a compra de bens de luxo. A descoberta do golpe gerou um conflito entre os dois, culminando na ordem de execução de Cara Preta e Sem Sangue, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
Após os assassinatos, Gritzbach tornou-se alvo do "tribunal do crime" do PCC. Em janeiro de 2022, foi chamado para uma suposta conversa com integrantes da facção, incluindo nomes como “Tripa”, “Japonês” e “Didi”. A reunião, descrita pela defesa como um ato de intimidação, reforçou a ameaça à vida do empresário.
O fim trágico
Embora tenha adotado medidas extremas para proteger sua família e a si mesmo, a perseguição chegou ao fim de forma brutal no aeroporto de Guarulhos. A morte de Gritzbach expõe, mais uma vez, o alcance da violência e da organização criminosa do PCC, que opera com métodos implacáveis, mesmo em locais de grande movimento e segurança ostensiva.
O caso segue em investigação pelas autoridades, que buscam esclarecer as circunstâncias do crime e identificar os responsáveis pela execução, que mais uma vez evidencia o poder e a audácia do crime organizado no Brasil.
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