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    Deltan indicou usar ONG para evitar que TCU fiscalizasse multas

    As mensagens revelam que integrantes da Lava Jato falavam sobre a multa da leniência

    Deltan Dallagnol (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

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    247 - Trocas de mensagens obtidas por meio de hacker – que resultaram na Operação Spoofing, revelam que Deltan Dallagnol demonstrou extrema preocupação sobre a destinação de multas de leniência aplicadas à companhia J&F, em 2019 e indicou uma ONG para evitar tal intermédio.

    De acordo com reportagem do  Metrópoles, o ex-procurador se dirige a um outro membro do Ministério Público Federal (MPF) dizendo que se os recursos das penalidades fossem destinados à Petrobras, seria um problema, uma vez que passariam a ser fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que, na avaliação dele, “não dava para ser”.

    “Para nós, não dava para ser a Petrobras a instituidora porque o TCU se arvoraria o direito de fiscalizar ou entrar nesse assunto”, disse Deltan.

    As mensagens revelam que, em 18 de maio, integrantes da Lava Jato falavam sobre a multa da leniência que era, àquela altura, discutida pelo MPF e a J&F pela força-tarefa de Brasília. Eles preocupavam-se que o valor fosse menor aqui que o acordo que a empresa fecharia nos Estados Unidos.

    “Acho que saiu barato o acordo de colaboração (imunidade total para todo mundo e 200 mi de multa) e eles criaram expectativa baixa da leniência. Mas agora eles estão desesperados… se não fecharem o acordo, acho que quebram… o tempo está contra eles”, disse o procurador Andrey Borges de Mendonça, às 22h06. Lotado em SP, ele foi um dos 11 procuradores da República que assinaram pelo MPF a leniência com a J&F.

    O ex-deputado cassado e um outro procurador queriam usar a ONG Transparência Internacional para conseguir marcar reunião com ministros “de boa fé” e discutir o conceito e reparação de dano social, em meio às divergências entre MPF e STF sobre a destinação dos valores das multas.

    Saiba mais - Novas revelações provenientes da Operação Spoofing indicam que o ex-procurador Deltan Dallagnol, figura central da Operação Lava Jato, solicitou, em segredo, que a organização não governamental (ONG) Transparência Internacional (TI) financiasse a hospedagem e alimentação de promotores venezuelanos no Brasil, em 2017. As mensagens, obtidas por meio de um ataque hacker, evidenciam a colaboração entre Dallagnol e a TI Brasil, relata o Metrópoles.

    Conforme os documentos vazados, Dallagnol dirigiu-se a Bruno Brandão, diretor da Transparência Internacional Brasil, para discutir o apoio financeiro e logístico necessário para receber promotores venezuelanos de maneira confidencial. "Bruno: sigiloso. TI bancaria a hospedagem e alimentação de promotores da Venezuela para passar uma semana conosco, de modo confidencial, trabalhando nas investigações da Venezuela? Não comente com ninguém. Se for necessário autorização superior, adiamos pra ver no momento necessário e da forma certa", escreveu Dallagnol em 28 de agosto de 2017.

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