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    Depoimento de Mauro Cid levou à prisão de Braga Netto por tentativa de golpe

    General é acusado de obstrução de Justiça, liderança em plano golpista e financiamento de ações ilícitas

    Mauro Cid (Foto: Felipe Sampaio/STF)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – Revelações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada resultaram na prisão do general da reserva Walter Braga Netto neste sábado (14), no Rio de Janeiro. Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro, além de candidato a vice na chapa derrotada nas eleições de 2022, é acusado de liderar e financiar um plano golpista, além de obstruir as investigações.

    A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR). Segundo a PF, a medida tem como objetivo impedir a continuidade de ações ilícitas e apurar a atuação de Braga Netto no monitoramento de autoridades, planejamento de sequestros e na tentativa de embaraçar a produção de provas no inquérito que investiga a tentativa de golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

    Reviravolta com novas declarações de Mauro Cid

    O ponto central que levou à prisão do general foi a mudança de versão apresentada por Mauro Cid em seu depoimento. Inicialmente, Cid havia relatado apenas discussões genéricas sobre a conjuntura política nacional durante reuniões na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. No entanto, em declaração posterior, o colaborador revelou que o general entregou dinheiro, transportado em uma sacola de vinho, supostamente obtido junto a empresários do agronegócio, para financiar ações golpistas.

    Essas ações incluiriam monitoramento de alvos estratégicos, planejamento de sequestros e até possíveis homicídios de autoridades, com o objetivo de pressionar comandantes das Forças Armadas a aderirem ao plano golpista.

    Investigação aponta papel central de Braga Netto

    De acordo com informações divulgadas pelo STF, a Polícia Federal reuniu "fortes e robustos elementos de prova" que indicam a participação ativa de Braga Netto nos atos golpistas, em um papel de liderança, organização e financiamento. O ministro Alexandre de Moraes destacou, em sua decisão, que o general atuou reiteradamente para atrapalhar as investigações, além de exercer influência sobre outros envolvidos no esquema.

    Documentos apreendidos no gabinete do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, revelaram anotações que indicam tentativas de obter informações sobre a delação de Mauro Cid e detalhes das investigações em andamento. Entre as anotações, estavam questões sobre os "teores das reuniões" e possíveis omissões no acordo de colaboração.

    Pressão às Forças Armadas e obstrução de Justiça

    Além das reuniões suspeitas, a investigação revelou que Braga Netto teria pressionado comandantes das Forças Armadas para apoiar a tentativa de golpe. A Polícia Federal também identificou contatos entre o general e intermediários que abordaram os pais de Mauro Cid para influenciar seu depoimento.

    Em um de seus relatos, Cid confirmou que essas abordagens ocorreram logo após a homologação de sua delação premiada. Questionado pela PF, ele afirmou que Braga Netto buscava informações sobre o conteúdo de sua colaboração. “Tentaram chegar perto de mim, até pessoalmente, para entender o que eu falei, mas eu desconversava”, declarou o colaborador.

    Operação Contragolpe e novas revelações

    A prisão de Braga Netto é parte da operação Contragolpe, que investiga a articulação de militares e políticos em ações para desestabilizar a democracia brasileira. Com depoimentos mais detalhados e novas evidências sendo analisadas, a expectativa é de que outros suspeitos também sejam alvo de medidas judiciais nos próximos meses.

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