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    "Ele não volta", diz Amorim sobre retorno de embaixador do Brasil a Israel

    “Se vai outro eu não sei, mas ele não volta. Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado”, disse o assessor especial do presidente Lula

    O assessor especial de Lula, Celso Amorim - 5/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    247 - O assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse que o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, que foi convocado de volta em meio a um atrito diplomático entre os dois países em fevereiro, não deverá retornar ao posto em Tel Aviv. 

    “Não havia alternativa. Nosso embaixador foi humilhado” — disse Amorim durante viagem à China,  onde cumpre agenda oficial, de acordo com o jornal O Globo. “Acho que ele não volta. Se vai outro eu não sei, mas ele não volta. Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil”, completou o diplomata. 

    Meyer foi chamado de volta ao Brasil após ter sido alvo de uma humilhação pública feita pelo chanceler israelense, Israel Katz. A crise nas relações bilaterais, a pior na história dos dois países, teve início com a forte desaprovação do governo brasileiro à campanha militar de Israel na Faixa de Gaza, lançada em 7 de outubro do ano passado, após os ataques do grupo palestino Hamas ao terriório israelense. 

    A situação se agravou quando o presidente Lula, durante uma viagem à Etiópia, comparou a ação militar de Israel ao extermínio de judeus pela Alemanha nazista. Desde então, as Forças de Defesa de Israel (IDF) passaram a promover um verdadeiro genocídio palestino, deixando mais de 34 mil mortos em Gaza.

    O presidente Lula tem se destacado como a principal voz no mundo a se erguer contra o genocídio perpertrado pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino. Desde o 7 de outubro, Netanyahu já comandou o assassinato de quase 35 mil palestinos, sobretudo mulheres e crianças, feriu mais de 78 mil, deslocou 1,5 milhão de pessoas e destruiu as residências e a infraestrutura de Gaza.

    Questionado se vislumbra um fim para o confronto entre israelenses e palestinos, Amorim disse que “o que acontece hoje me causa enorme desgosto. Durante o [primeiro] governo Lula fui cinco vezes a Israel e cinco vezes à Palestina. E eu tinha esperança. Com toda a dificuldade que havia, eu via um desejo de negociar de lado a lado. E hoje não há”.

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