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    Em depoimento à PF, Ramagem diz 'não lembrar' de articulações golpistas para impedir posse de Lula

    Deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem depôs por quase duas horas no âmbito do inquérito que apura a suposta articulação golpista

    Alexandre Ramagem (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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    247 - O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou em seu depoimento à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (5), não se lembrar de detalhes relacionados à suposta articulação golpista que teria ocorrido nos últimos dias do governo Jair Bolsonaro (PL) em 2022, destaca o jornal O Globo

    O depoimento de Ramagem se insere na fase final do inquérito que busca esclarecer a suposta trama golpista que envolveu ações de membros do então governo Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a PF, o depoimento foi considerado pouco útil para as investigações. Ramagem, ex-delegado da PF e candidato a prefeito do Rio de Janeiro, sempre foi um dos principais aliados de Bolsonaro, tendo sido nomeado por ele para liderar a Polícia Federal.

    Ramagem pode ser indiciado ao lado de Jair Bolsonaro e outros ministros de seu governo por sua suposta participação na trama. Além disso, ele enfrenta outra investigação sobre o uso da Abin para monitorar ilegalmente adversários políticos e críticos do governo. As informações de ambos os casos foram interligadas pela PF.

    As investigações apontam, ainda, que diversos setores do governo anterior foram mobilizados para evitar a posse de Lula, envolvendo a Abin, a Polícia Rodoviária Federal, o Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e as Forças Armadas. 

    Uma das evidências citadas inclui a discussão de um plano golpista em reuniões ocorridas nos Palácios do Planalto e da Alvorada, que culminaram em tentativas de invocar um ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), bem como estados de defesa e sítio, ações que visavam obstruir a transmissão de cargo ao presidente Lula, eleito naquele ano.

    De acordo com os relatos, Bolsonaro convocou os comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para debater essas medidas, mas os líderes das forças se opuseram ao plano. Além disso, um grupo de inteligência sob a gestão de Bolsonaro teria monitorado o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com o intuito de prendê-lo após a assinatura de um decreto que declararia um golpe de Estado. Informações sobre a vigilância ilegal foram fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

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