Em dia de prisão de 'kids pretos', Polícia Federal colhe novo depoimento de Mauro Cid
Na Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça, foram presos militares e um policial federal que planejavam dar um golpe e matar Lula, Alckmin e Moraes
247 - A Polícia Federal (PF) convocou nesta terça-feira (19) o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), para prestar novo depoimento. A intimação ocorre após a recuperação de dados apagados de seus aparelhos eletrônicos, informa o Metrópoles. O interrogatório, marcado para as 14h na sede da corporação em Brasília, busca esclarecer possíveis omissões na colaboração premiada do militar, atualmente sob revisão dos investigadores.
Cid, que fechou acordo de delação em setembro de 2023 com aval do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta novos questionamentos sobre a abrangência e a veracidade de seus depoimentos. Em uma declaração polêmica, o tenente-coronel criticou o processo, alegando ter sido "pressionado a confirmar a narrativa deles". Após uma breve prisão sob acusação de tentar interferir nas investigações, ele foi liberado ao reafirmar a validade e a voluntariedade de sua colaboração.
A defesa de Mauro Cid reiterou seu compromisso com o processo legal, declarando que o cliente "sempre esteve à disposição da Justiça, respondendo a tudo que lhe foi perguntado". Sobre os dados recuperados, afirmaram que Cid está disposto a fornecer os esclarecimentos necessários.
Recuperação de dados reabre inquérito sobre trama golpista - A PF utilizou tecnologia israelense para acessar os dados apagados dos dispositivos eletrônicos de Mauro Cid, o que resultou em novas pistas sobre a suposta articulação golpista investigada. Essa etapa atrasou a conclusão do inquérito que apura se Bolsonaro mobilizou a estrutura estatal para impedir a posse do presidente Lula (PT) e atacar o Poder Judiciário.
O acordo de delação premiada assinado por Cid prevê que o delator deve revelar tudo o que sabe sobre o caso. Caso contrário, ele pode perder os benefícios conquistados com o compromisso. A descoberta dos dados, segundo a PF, é crucial para avançar na compreensão do planejamento golpista.
Operação Contragolpe - A nova oitiva de Mauro Cid acontece no mesmo dia em que a PF deflagrou a Operação Contragolpe, para desmantelar uma organização criminosa acusada de planejar o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Batizada de "Punhal Verde e Amarelo", a suposta operação militar visava paralisar o sistema democrático no Brasil com o assassinato das autoridades e a implementação de um regime autoritário.
Entre os investigados estão militares da ativa e da reserva, apelidados de "kids pretos", além de um policial federal. Entre os presos, destacam-se o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e atual assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde. Outros detidos incluem o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.
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