Em recado a Musk na ONU, Lula afirma que o Brasil não vai se ‘intimidar ante plataformas digitais que se julgam acima da lei”
O presidente lembrou os ataques promovidos pela extrema direita contra a democracia brasileira
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o bilionário Elon Musk durante seu discurso na abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira (24). Lula lembrou as investidas de grupos de extrema-direita contra a democracia e as instituições brasileiras.
“No Brasil, a defesa da democracia implica a ação permanente ante investidas extremistas messiânicas e totalitárias que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento. Brasileiros e brasileiras continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários. A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência. No mundo globalizado, não faz sentido recorrer a falsos patriotas e isolacionistas, tampouco à esperança em experiências ultraliberais que apenas agravam as dificuldades de um continente depauperado”, disse.
Na sequência, o presidente afirmou que o Estado brasileiro não pode se intimidar diante de plataformas digitais que se julgam acima da lei, em uma referência ao X, plataforma que pertence a Musk e que foi suspensa no Brasil após descumprir com uma série de decisões judiciais.
“O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusive e que enfrente todas as formas de discriminação, que não se intimida ante indivíduos, corporação ou plataformas digitais que se julgam acima da lei. A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras. Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital. O Estado que estamos construindo é sensível às necessidades dos mais vulneráveis, sem abdicar de fundamentos macroeconômicos sadios”, opinou.
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