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    Escândalo de diploma falso faz aliados de Bolsonaro avaliarem abandonar candidatura do PL em Goiânia

    Aliados avaliam que o escândalo protagonizado por Fred Rodrigues desgasta a imagem de Jair Bolsonaro na disputa contra Sandro Mabel

    Sandro Mabel (à esq.) e Fred Rodrigues (Foto: Divulgação)

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    247 - Integrantes da cúpula do PL expressaram surpresa ao tomarem conhecimento da revelação sobre o diploma falso do candidato da sigla à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues. O episódio levou a um movimento interno em defesa do desembarque do partido da candidatura de Rodrigues, que se encontra no segundo turno contra Sandro Mabel (União Brasil), porém atrás nas pesquisas.

    Aliados de Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a confirmação da informação pelo próprio candidato compromete a "retidão" esperada por eleitores conservadores. Dois membros da Executiva do partido, ouvidos pelo jornal O Globo, afirmaram que Rodrigues deve enfrentar um processo interno por conta da falsidade.

    O incidente é considerado uma violação do Código de Ética do PL e os aliados de Bolsonaro acreditam que isso desgasta a imagem do ex-mandatário, que prometeu ir a Goiânia no domingo (27), dia da votação, para apoiar Rodrigues. Além disso, está previsto um ato ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta quinta-feira (24).

    Rodrigues, por sua vez, alega que sua equipe cometeu um erro ao registrar as informações e que solicitará a correção à Justiça Eleitoral. Entretanto, segundo reportagem do site Metrópoles, Rodrigues assumiu o cargo de diretor de Promoção de Mídias Sociais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2023, posição que exigia formação superior completa.

    O estatuto do PL menciona no artigo 10 as infrações éticas passíveis de punição, incluindo "agir com improbidade ou má exação no exercício de cargo ou função pública". Isso abre a possibilidade de que ele enfrente sanções por parte da própria legenda.

    Aliados de Bolsonaro comparam o erro de Rodrigues a um episódio que desgastou a imagem do ex-presidente em 2022, quando a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi flagrada em uma perseguição armada a um homem negro em São Paulo. Com isso, já há vozes entre seus apoiadores sugerindo que Bolsonaro não deve estar ao lado de Rodrigues durante a votação de domingo.

    Sandro Mabel tem explorado amplamente o escândalo do diploma falso. Ele, que conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado, disputa o voto bolsonarista na capital goiana. Durante um debate na TV Record, Rodrigues foi confrontado por Mabel sobre sua formação em Direito, afirmando ser "formado". No entanto, o plano de governo apresentado na Justiça Eleitoral o descreve como "bacharel em Direito". Rodrigues até publicou um histórico escolar em suas redes sociais para comprovar sua formação, mas a universidade na qual ele se matriculou declarou que "nunca expediu diploma".

    A universidade, segundo a reportagem, informou que Rodrigues ingressou no curso de Direito em 2004, por meio de transferência de outra instituição, mas teve seu cadastro desativado em 2013 por não ter concluído a graduação. "O estudante não integralizou a matriz curricular do curso superior em Direito nesta Universidade, faltando o cumprimento das 200 horas de atividades complementares, componente curricular obrigatório", declarou a instituição à Justiça Eleitoral.

    Mabel continuou a explorar o tema em um debate na manhã desta quarta-feira, organizado pela rádio CBN de Goiânia e pelo jornal "O Popular", onde o candidato do União Brasil acusou Rodrigues de ser uma "fraude completa".

    Uma pesquisa do instituto Quaest divulgada na última quinta-feira (17) mostra Mabel liderando com 46% das intenções de voto, enquanto Rodrigues aparece com 39%, considerando o recorte estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores.

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