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"Esse Ramagem vai ser preso ainda", diz Lindbergh Farias

Deputado afirma que o ex-diretor da Abin comandou diversos crimes no cargo

Lindbergh Farias (mais destaque), Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e a Abin (Foto: Geraldo Magela)

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247 – O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) utilizou suas redes sociais para fazer duras críticas a Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em uma postagem no X, Lindbergh acusou Ramagem de ter montado uma estrutura paralela dentro da Abin para proteger a família Bolsonaro e espionar seus inimigos políticos.

"Ramagem montou uma estrutura paralela para proteger a família Bolsonaro e espionar seus inimigos. Ele não tinha como se sair bem no depoimento. Foram mais de seis horas de depoimento. No caso das rachadinhas do Flávio Bolsonaro, ficou claro que o ex-presidente Jair Bolsonaro usou a estrutura do estado para perseguir até auditores fiscais. Esse Ramagem vai ser preso ainda. É muito grave o que vai surgir ainda. Chega a ser curioso ele sair desse depoimento para fazer campanha. Quem esteve por trás dessa Abin sempre foi o Carlos Bolsonaro. E todos eles vão ter que pagar", declarou Lindbergh.

Contexto das Investigações

Alexandre Ramagem prestou depoimento nesta quarta-feira (17) na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações sobre a Abin paralela. A Polícia Federal está investigando o uso da estrutura da Abin para investigar desafetos políticos, magistrados e jornalistas durante o período em que Ramagem foi diretor, na gestão de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.

O depoimento de Ramagem ocorreu dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo de uma gravação feita pelo delegado em uma reunião ocorrida em agosto de 2020. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira (15). O encontro gravado contou com a participação do então presidente Jair Bolsonaro e do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

Também participaram da reunião advogados do senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, que estava sendo investigado por suspeita de "rachadinha" em seu gabinete durante o período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. As gravações revelam conversas para que órgãos oficiais fossem usados com o intuito de influenciar o encerramento da investigação contra o senador.

O áudio foi encontrado pela Polícia Federal em um computador apreendido em endereços ligados a Ramagem. O conteúdo sugere que a gravação do encontro ocorreu sem o conhecimento dos demais participantes. Em um trecho, Bolsonaro afirma que "a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa". Mesmo assim, após a queda do sigilo, Ramagem afirmou que o ex-presidente sabia da gravação.

A Polícia Federal também está investigando detalhes de um encontro entre Ramagem e o delegado Luiz Fernando Corrêa, que assumiu a direção da Abin em junho do ano passado. Outro foco das investigações é determinar a relação de Ramagem com cinco homens presos na semana anterior, suspeitos de participação no chamado “gabinete do ódio”, em desdobramento da operação Última Milha.

A Polícia Federal está considerando a possibilidade de negociar três delações premiadas, que poderiam trazer mais detalhes e implicar outros envolvidos nas atividades ilícitas.

As declarações de Lindbergh Farias aumentam a pressão sobre Alexandre Ramagem e a família Bolsonaro, que já enfrentam uma série de investigações e acusações. O andamento das investigações e as possíveis delações premiadas podem revelar mais informações sobre o suposto uso da Abin para fins pessoais e políticos, potencialmente levando a consequências legais para os envolvidos. Confira:

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