Ramagem presta depoimento na PF por quase sete horas sobre escândalo da Abin paralela
A Polícia Federal está considerando a possibilidade de negociar três delações premiadas
247 - O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestou depoimento nesta quarta-feira (17) na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações sobre a Abin paralela.
A PF investiga o uso da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para investigar desafetos políticos, magistrados e jornalistas, na época em que Ramagem era diretor, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022.
O depoimento de Ramagem acontece dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo de gravação feita pelo delegado em reunião ocorrida em agosto de 2020. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira (15). O encontro gravado contou com a participação do então presidente Jair Bolsonaro e do então ministro GSI, Augusto Heleno.
Também estiveram presentes na reunião advogadas do senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL), que vinha sendo investigado por suspeita de "rachadinha" em seu gabinete durante o período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. A situação foi pauta da reunião. As gravações revelam conversas para que órgãos oficiais fossem usados com o intuito de influenciar o encerramento da investigação contra o senador.
O áudio foi encontrado pela Polícia Federal em um computador apreendido em endereços ligados à Ramagem. O conteúdo dá a impressão de que a gravação do encontro ocorreu sem o conhecimento dos demais participantes. A certa altura, Bolsonaro afirma que "a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa". Ainda assim, após a queda do sigilo, o delegado afirmou que o ex-presidente sabia da gravação.
A Polícia Federal também busca esclarecer detalhes de um encontro entre Ramagem e o delegado Luiz Fernando Corrêa, que assumiu a direção da Abin em junho do ano passado. Outro foco das investigações é determinar a relação de Ramagem com cinco homens presos na semana anterior, suspeitos de participação no chamado “gabinete do ódio”, em desdobramento da operação Última Milha.
A Polícia Federal está considerando a possibilidade de negociar três delações premiadas.
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