Ex-médico Roger Abdelmassih pede prisão domiciliar humanitária alegando 'risco de morte'
Condenado a mais de 100 anos de prisão por estupro de 37 pacientes, defesa insiste em pedido baseado em suposta piora da saúde
247 - O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão por estuprar 37 pacientes, está novamente pleiteando na Justiça o direito de cumprir sua pena em casa, alegando questões de saúde, relata a CNN Brasil. Aos 80 anos, sua defesa entrou com um habeas corpus solicitando a chamada “prisão domiciliar humanitária”.
Segundo o documento judicial, a defesa baseia o pedido em “suposta piora no estado de saúde” de Abdelmassih. O ex-médico estaria sofrendo de condições como hipertensão arterial crônica, doença coronariana aterosclerótica, hiperplasia prostática benigna e diverticulite, o que, segundo a defesa, representa um risco significativo à sua vida. O argumento central do pedido é que Abdelmassih estaria recebendo cuidados paliativos e que o ambiente carcerário não permitiria o tratamento adequado para suas condições de saúde.
Esse novo pedido segue uma série de tentativas frustradas da defesa em conseguir a prisão domiciliar. No ano passado, Larissa Sacco Abdelmassih, esposa de Roger e ex-procuradora da República, havia feito um pedido similar à Vara de Execuções Criminais de São José dos Campos, que acabou sendo negado. Desde então, a defesa tenta reverter a decisão, alegando risco iminente à vida do ex-médico.
Apesar dos argumentos apresentados, uma perícia médica realizada recentemente concluiu que Abdelmassih “encontra-se estável, em uso regular de medicações e com insuficiência cardíaca controlada”. Essa avaliação, inclusive, foi um dos fatores que contribuíram para as negativas anteriores da Justiça, que rejeitou os pedidos tanto na primeira instância quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, a defesa não desistiu e agora recorreu ao STJ, aguardando uma decisão final sobre o caso.
Ainda sem uma resposta definitiva, o caso segue aguardando novos desdobramentos no STJ. A corte solicitou mais informações ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e ao juízo de execução sobre o estado atual de saúde de Abdelmassih e as providências tomadas pela penitenciária de Tremembé, onde ele cumpre pena desde 2021.
Para as vítimas do ex-médico, a possibilidade de ele ser colocado em prisão domiciliar causa revolta e frustração. Em entrevista à CNN, Ivani Serebrenic, uma das 37 mulheres que foram vítimas de Abdelmassih, disse que “desde que ele esteja preso, a Justiça está sendo feita”. Ela expressou seu alívio ao saber que Abdelmassih continua atrás das grades, afirmando: "a dor é tão grande, mas alivia um pouco saber que ele está preso".
Roger Abdelmassih foi um dos mais renomados especialistas em reprodução assistida do Brasil, mas caiu em desgraça após dezenas de pacientes o acusarem de estupro enquanto estavam sob seus cuidados. Ele chegou a fugir para o Paraguai em 2011, onde viveu como foragido até ser capturado e extraditado em 2014. Desde então, ele tem tentado diversas manobras judiciais para amenizar sua pena, sem sucesso até o momento.
A defesa de Abdelmassih não retornou o contato da CNN.
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