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    Gaspari defende Pimenta e diz que ele não pode ser responsabilizado por avaliação do governo abaixo do esperado

    Colunista critica a busca por bodes expiatórios no Planalto e aponta falhas estruturais como verdadeira origem das dificuldades enfrentadas pelo governo

    Ministro Paulo Pimenta (Foto: © Tomaz Silva/Agência Brasil)

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    247 – Em análise publicada pela Folha de S. Paulo e pelo Globo, o jornalista Elio Gaspari saiu em defesa do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, diante das críticas sobre a condução da comunicação governamental. Segundo Gaspari, responsabilizar Pimenta pelo desempenho abaixo do esperado na avaliação pública do governo Lula é não apenas injusto, mas também uma maneira equivocada de desviar o foco de problemas estruturais mais profundos.

    “O governo não se trumbica por falta de comunicação, mas por crise de identidade, e isso não há Olivetto que resolva”, afirma Gaspari, indicando que a dificuldade do Planalto vai além de questões comunicacionais e reflete a falta de coordenação entre os ministérios e as decisões controversas da equipe econômica.

    Medidas econômicas e o impacto político

    O colunista aponta como exemplo o recente pacote econômico anunciado pela equipe do ministro Fernando Haddad. Ele critica o que chamou de "mal-ajambrado" planejamento para divulgar as medidas, que incluía rumores sobre alterações no seguro-desemprego, gerando receio e críticas antes mesmo de qualquer anúncio oficial. Segundo Gaspari, essas decisões, tomadas sem diálogo interno suficiente, são reflexos de "onipotentes mal-educados" que desconsideram até mesmo a opinião de ministros diretamente envolvidos.

    Para Gaspari, a responsabilidade pelas reações negativas do mercado e pela alta do dólar não pode ser atribuída à Secom. Ele destaca que a equipe econômica, ao propor taxar rendas superiores a R$ 600 mil e isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, adotou uma postura correta, mas pecou na forma como o tema foi conduzido politicamente.

    Reforma ministerial e as "patranhas"

    Elio Gaspari também critica a reincidente proposta de reforma ministerial como resposta a crises políticas. Para ele, essa estratégia, que se repete especialmente próximo ao final do ano, não oferece soluções reais. "Ela costuma aparecer na época das festas natalinas. Estimula ambições, assusta ministros e acaba em mais do mesmo", escreve.

    Gaspari enxerga uma crise de identidade no governo, manifestada em contradições como a tentativa de reduzir despesas às custas de benefícios trabalhistas enquanto se mantém a prática de alocar ministros em conselhos remunerados. Ele também questiona a insistência do PT em atacar figuras como Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ignorando o fato de que decisões como o aumento dos juros são tomadas por colegiados, incluindo aliados do governo.

    Defesa de Pimenta e a crítica à busca por culpados

    Para o colunista, Paulo Pimenta está sendo transformado em bode expiatório de uma situação cuja origem vai além de suas atribuições. “Trumbicado, o PT insiste na patranha dos bodes expiatórios. Paulo Pimenta seria o bode da casa, mas Roberto Campos Neto é o culpado de sempre”, aponta.

    Gaspari conclui que, enquanto o governo insistir em soluções paliativas e evitar enfrentar suas crises internas de maneira estruturada, continuará enfrentando dificuldades, independentemente de qualquer esforço comunicacional.

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