Indícios apontam que Trump utilizou IA para definir tarifas de importação

247 - Um método simplório e inusitado para definir tarifas comerciais anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem gerando perplexidade entre economistas. 

A fórmula apresentada por Trump – que estabelece tarifas com base em uma regra de três entre superávit e importações, dividida por dois – não apenas ignora parâmetros técnicos consagrados no comércio exterior, como também lembra sugestões dadas por plataformas de inteligência artificial.

A origem da metodologia veio à tona quando o jornalista James Surowiecki descobriu que a porcentagem usada como “tarifa recíproca” partia de um cálculo rudimentar: (importações x 100) ÷ superávit comercial, e então dividida por dois. Trump afirmou que o cálculo considerava “barreiras não-tarifárias e impostos adicionais”, mas analistas do Wall Street Journal confirmaram tratar-se apenas de uma regra de três, sem qualquer sofisticação técnica.

A polêmica cresceu quando usuários testaram a mesma pergunta em sistemas de IA como ChatGPT, Claude, Grok e Gemini. As respostas, em muitos casos, reproduziam a lógica da fórmula usada por Trump — incluindo a sugestão de moderar o percentual final com uma divisão por dois. Isso levantou suspeitas de que a equipe do presidente possa ter recorrido a uma IA para construir a nova política tarifária.

Embora a Casa Branca tenha divulgado uma fórmula supostamente mais robusta, especialistas logo perceberam que se tratava de uma versão elaborada do mesmo cálculo simplista. As semelhanças com as respostas automatizadas surgiram antes mesmo da publicação oficial do modelo de Trump, reforçando a hipótese do uso prévio de IA na elaboração da medida.

(Com informações da revista Veja)