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Internados após ataques violentos em Douradina, indígenas não correm risco de morte

No total, dez indígenas ficaram feridos, incluindo uma idosa atingida por bala de borracha, após ataques criminosos de jagunços

Bandeira nacional fincada na retomada Yvy Ajere, Terra Indígena Lagoa Panambi. Comunidade Guarani e Kaiowá segue sob ataque (Foto: Ascom/Cimi)

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247 - Os três indígenas Guarani e Kaiowá internados no Hospital da Vida, em Dourados (MS), estão fora de perigo de morte, segundo informações da equipe médica divulgadas na manhã deste domingo (4). Representantes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) visitaram os pacientes e, em seguida, se dirigiram às retomadas em Douradina, Terra Indígena Lagoa Panambi, que foram atacadas por jagunços na tarde de sábado (3).

Os jovens J.F.C, de 17 anos, E.A.G, de 20 anos, e R.H.C, de 16 anos, foram gravemente feridos durante os ataques. J.F.C levou um tiro no pescoço, E.A.G sofreu um disparo na cabeça e R.H.C foi atingido por tiros na cintura e nas nádegas. No total, dez indígenas ficaram feridos, incluindo uma idosa atingida por bala de borracha.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) mobilizou o pronto atendimento e contou com o apoio do Corpo de Bombeiros para transportar os feridos em estado mais grave até Dourados. Após pressões, a Força Nacional retornou à área para garantir a segurança.

Os relatos dos Guarani e Kaiowá presentes nas retomadas indicam que os jovens feridos estavam protegendo os barracos das retomadas Kurupa’yty e Pikyxyin, onde se abrigavam mais de 30 crianças e quatro bebês. Essas retomadas, localizadas ao norte da Terra Indígena e afastadas da concentração de jagunços na retomada Yvy Ajere, foram inicialmente consideradas mais seguras.

A Terra Indígena Lagoa Panambi possui sete retomadas. As duas mais recentes, Guaaroka e Yvy Ajere, criadas a partir de 13 de julho, atraíram a atenção dos ruralistas opositores. A retomada Guaaroka está sob liminar de reintegração de posse e a Yvy Ajere convive com um acampamento permanente de jagunços. Recentemente, os ataques se espalharam para as demais retomadas.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), os ataques foram realizados por ruralistas armados em caminhonetes, que atiraram contra os indígenas. Imagens recebidas mostram indígenas ensanguentados e feridos. A Apib denunciou nas redes sociais que a Força Nacional havia se retirado do local, deixando as comunidades desprotegidas.

[Fonte: CIMI]

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