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Irmãos Brazão ofereceram a Ronnie Lessa loteamento e comando de milícia como recompensa por assassinato de Marielle, revela PF

Além de Lessa, seu comparsa identificado como Macalé também se beneficiaria

Domingos Brazão, Ronnie Lessa e Marielle Franco (Foto: Reprodução | Mídia Ninja)

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247 - A Polícia Federal executou no último domingo (24) a Operação Murder Inc, que culminou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Um aspecto central do relatório final da investigação sobre o assassinato a vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, divulgado após a desclassificação do inquérito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é a promessa de recompensa feita aos executores do crime. 

Segundo a corporação, citada pela agência Estadão Conteúdo, a 'torpeza' das condutas dos executores de Marielle e Anderson está diretamente ligada à promessa de recompensa: 'a implementação e o comando de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à família Brazão'.

De acordo com o depoimento do ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle e Anderson, os irmãos Brazão ofereceram um loteamento próximo à Rua Comandante Luís Souto, no Tanque, Rio de Janeiro, como parte do pagamento pelo assassinato. Lessa destacou que este loteamento representava uma valiosa oportunidade de exploração de serviços associados à milícia, incluindo acesso ilegal à TV a cabo ("gatonet"), fornecimento de gás e transporte alternativo.

Além de Lessa, seu comparsa identificado como Macalé também se beneficiaria da invasão e parcelamento desse terreno pela família Brazão, marcando a intenção de estabelecer um controle paramilitar sobre a área e seus lucrativos serviços. A urbanização do loteamento ficaria a cargo de Major Ronald, conhecido por suas construções irregulares em regiões controladas por milícias, notadamente em Rio das Pedras.

Esta oferta revela não apenas a intenção de Lessa de obter autonomia territorial para operar economicamente sem depender de outras lideranças milicianas, mas também destaca a ambição dos Brazão de expandir seu domínio através de práticas criminosas. Lessa, que já atuava em atividades de milícia há pelo menos uma década, viu na promessa dos Brazão a oportunidade de estabelecer seu próprio reduto.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, enfatizou o encerramento da fase atual das investigações, apontando não apenas os executores e intermediários do crime, mas também suas complexas motivações. Passos ressaltou a intersecção de disputas territoriais entre milícias e o engajamento de Marielle Franco em defesa da habitação social como fatores contribuintes para o crime.

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