Juscelino Filho depõe à PF e compara investigação aos métodos da Lava Jato
Ministro é investigado por supostos desvios enquanto exercia mandato de deputado federal
247 - O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), depôs, na tarde desta sexta-feira, à Polícia Federal (PF). Ele é investigado pela corporação por supostos desvios, enquanto deputado federal, de emendas parlamentares através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Durante a oitiva, o ministro defendeu que a destinação das emendas se deu de forma regular e criticou a condução do depoimento, comparando-a aos métodos da Lava Jato, informou a CNN Brasil.
“Infelizmente, o delegado optou por basear suas perguntas em informações que extrapolam o objeto da apuração, que sequer foram fornecidas a meus advogados, evidenciando que o propósito da investigação é devassar a minha vida e encontrar algo contra mim a qualquer custo. Esse método repete o modus operandi da Operação Lava Jato que, como sabemos, resultou em consequências danosas a pessoas inocentes”, afirmou o ministro em nota.
De acordo com o ministro, ele se tornou “personagem principal” do inquérito depois de se tornar ministro do governo do presidente Lula.
A investigação está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro de 2023, o ministro Luís Roberto Barroso, então relator do caso, bloqueou R$ 835 mil de Juscelino Filho. Além disso, Barroso afastou temporariamente do cargo a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Martins Bringel Rezende, irmã de Juscelino, que também é investigada no caso.
Leia a íntegra da nota - Prestei depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta sexta-feira (17) sobre um inquérito que investiga convênios decorrentes de emendas parlamentares, que foram destinadas de forma legítima e transparente. O depoimento, que durou pouco mais de 15 minutos, foi encerrado abruptamente pelo delegado quando meus advogados comunicaram que eu responderia apenas perguntas relacionadas ao objeto da investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Infelizmente, o delegado optou por basear suas perguntas em informações que extrapolam o objeto da apuração, que sequer foram fornecidas a meus advogados, evidenciando que o propósito da investigação é devassar a minha vida e encontrar algo contra mim a qualquer custo. Esse método repete o modus operandi da Operação Lava Jato que, como sabemos, resultou em consequências danosas a pessoas inocentes.
Embora não tenha sido questionado, fiz questão de ressaltar a legalidade das emendas e os benefícios que elas levariam para milhares de moradores de 11 povoados na região de Vitorino Freire. Esses cidadãos precisam de asfalto para superar as dificuldades de transitar durante as épocas de chuva, quando ficam isolados e sem acesso a serviços essenciais. A ausência da obra implica em condenar permanentemente esses cidadãos a viverem sob condições precárias.
No depoimento, fiz questão de perguntar se havia alguma dúvida ou acusação sobre o meu trabalho à frente do Ministério, visto que me tornei o personagem principal desta investigação após ser nomeado ministro. No entanto, não obtive resposta. Quero reiterar que sempre estive e continuo à disposição das autoridades competentes para prestar os devidos esclarecimentos, desde que sejam respeitados os procedimentos legais e sem julgamentos prévios.
Aguardo, com muita tranquilidade, um desfecho justo e imparcial, mantendo minha fé na Justiça e confiança na retidão dos meus atos. E espero que vazamentos seletivos, como vem ocorrendo ao longo deste processo, sejam cessados, pois ao invés de esclarecer, só distorcem a verdade dos fatos
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