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    "Kids pretos": Exército estuda reformulação após envolvimento das Forças Especiais em trama golpista

    Discussões incluem a restrição do ingresso de novos militares em início de carreira e a possível redução do número de integrantes da tropa

    Kids Pretos (Foto: Exército Brasileiro)

    247 - O Exército Brasileiro está avaliando uma reformulação nas Forças Especiais, conhecida pela atuação em missões de alto risco, como combate a forças irregulares e contraterrorismo, após a Polícia Federal apontar a participação de membros dessa unidade em uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. A investigação revelou envolvimento de militares do grupo de elite, como os chamados "kids pretos", em um plano para assassinar figuras políticas de alto escalão, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

    De acordo com a CNN Brasil, o Exército estabeleceu o mês de março como prazo para a entrega de um diagnóstico completo sobre eventuais ajustes a serem feitos nas Forças Especiais. Entre as mudanças sugeridas está a restrição para militares em início de carreira, que hoje podem ingressar no curso de Forças Especiais. A cúpula do Exército avalia que para essa formação é necessário um maior grau de maturidade e experiência.

    Além disso, está sendo considerada uma revisão nas atividades atualmente desempenhadas pela tropa. A proposta inclui a possibilidade de reduzir o número de integrantes das Forças Especiais, uma vez que há a percepção de que a quantidade de militares formados supera a necessidade real da unidade.

    A investigação da Polícia Federal, que resultou na prisão de figuras de destaque dentro das Forças Especiais, como o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, trouxe à tona a suspeita de um plano para assassinar autoridades do governo federal e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Esses militares estão entre os implicados em uma trama que teria como objetivo garantir a permanência de Bolsonaro no poder.

    Em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid,ex-ajudante de ordens do ex-mandatário e que também pertence às Forças Especiais, revelou detalhes sobre a operação, incluindo a alegação de que o general Walter Braga Netto teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho ao "kid preto" Rafael de Oliveira, para financiar as despesas da operação.

    Em resposta à situação, o Psol anunciou que solicitará ao Ministério da Defesa o fim do batalhão das Forças Especiais, em um movimento que reflete a preocupação com o papel dessa unidade nas recentes investigações. Contudo, o governo federal tem sinalizado que considera exagerada a extinção do batalhão e as discussões continuam em torno de possíveis ajustes na formação e atuação do grupo.

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