Lula defende criação de cúpula social permanente no G20
O Brasil introduziu, sob a presidência do petista, uma terceira trilha no G20 — o G20 Social —, que se soma às trilhas geopolítica e econômica tradicionais
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, nesta segunda-feira (11), durante reunião no Palácio do Planalto com lideranças dos grupos de engajamento do G20, a criação de uma cúpula social permanente no âmbito do fórum internacional. O encontro ocorre em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Para Lula, é essencial que as discussões do G20 incluam uma maior participação da sociedade civil, com a realização de cúpulas sociais em cada país-sede, ampliando o debate sobre questões globais como democracia, mudanças climáticas e desigualdade social. “O que nós precisamos, e é o que eu vou tentar fazer na minha participação, é tentar convencer os outros presidentes de que é importante, em cada país que for ser realizado o G20 daqui em diante, que tenha uma cúpula social; que consigamos envolver a sociedade, nas suas mais diversas formas de organização, a participar”, afirmou o presidente.
O Brasil introduziu, sob a presidência de Lula, uma terceira trilha no G20 — o G20 Social —, que se soma às trilhas geopolítica e econômica tradicionais. De 14 a 16 de novembro, também no Rio de Janeiro, a primeira cúpula desse formato reunirá representantes da sociedade civil, engajados ao longo do ano em 13 grupos temáticos que vão de juventude e cidades a favelas e inclusão social. A proposta é consolidar as contribuições desses grupos em um documento oficial, que será levado à plenária de chefes de Estado.
“Essa é uma iniciativa inédita da presidência brasileira do G20, que é formado por duas trilhas: a geopolítica e a econômica. Na prática, o presidente criou uma terceira trilha, que é o G20 Social, potencializando o trabalho dos grupos de engajamento e abrindo espaço para que a sociedade civil organizada do mundo inteiro pudesse contribuir com as políticas públicas que serão apresentadas aos chefes de Estado”, destacou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo. Ele enfatizou que os grupos de engajamento trabalharam o ano todo para formular propostas concretas sobre temas como justiça climática, inclusão social e participação feminina em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
A ideia de Lula é que essas discussões transcorram de forma contínua, em vez de se limitarem aos encontros anuais dos líderes do G20. “Depois que terminar esse G20, não podemos apenas ficar esperando outro G20 para a gente fazer uma reunião; é preciso que possamos discutir alguns temas o ano inteiro, para que a gente vá criando uma consciência”, acrescentou o presidente.
Lula recebeu documentos de representantes dos grupos G20 Favelas e Favelas 20 (F20), cujas demandas incluem maior visibilidade para as realidades de favelas e periferias globais. Para Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (Cufa), a formalização do G20 Social representa um marco para essas comunidades. "Esperamos que a gente possa aqui escrever uma nova página, que é a da favela no mapa do debate global”, declarou Zezé.
O G20, criado para tratar de questões macroeconômicas e que recentemente expandiu sua agenda para temas como sustentabilidade e mudanças climáticas, reúne 19 países e dois blocos regionais, representando cerca de 85% do PIB mundial e mais de dois terços da população global. Sob a presidência de Lula, o fórum reforça agora o compromisso de incluir a sociedade civil em debates de relevância mundial.
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