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    Uchôa: 'votação da Câmara sobre o caso Marielle aponta que existe mais lixo dentro da lixeira'

    O jurista sinalizou que é preciso descobrir mais detalhes do assassinato

    Marcelo Uchôa (mais destaque), Chiquinho Brazão e Marielle Franco (Foto: Reprodução I Agência Câmara I Midia Ninja)

    247 - O jurista Marcelo Uchôa afirmou nesta quinta-feira (11) que a votação da Câmara dos Deputados, para manter a prisão de Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ) demonstrou que é necessário aprofundar a investigação sobre o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), morta por integrantes do crime organizado em março de 2018 num lugar sem câmeras na região central da cidade.

    "Se todos os deputados bolsonaristas da CCJ votaram pela soltura do acusado de mandar matar a Marielle é porque provavelmente há mais lixo dentro da lixeira. Que seja aprofundada a investigação", escreveu o jurista.

    O ex-deputado foi preso no mês passado após ser apontado por investigadores da Polícia Federal como um dos mandantes do assassinato. Também foram presos Domingos Brazão, irmão do ex-parlamentar, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado do Rio.

    A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 39 votos a 25, a manutenção da prisão. No plenário da Casa, 277 deputados votaram a favor e 129 votaram contra, além de 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para manter a prisão.

    Uma das linhas de investigação aponta que as denúncias de Marielle contra a exploração imobiliária feita por milicianos foi um dos motivos para o assassinato. A ex-vereadora também fazia críticas contra a violência policial nas favelas.

    Dois ex-policiais militares estão entre os presos acusados de envolvimento no crime. Um deles foi Élcio Queiroz, que admitiu ter dirigido o veículo de onde partiram os tiros contra a então parlamentar, em 2018. O outro, Ronnie Lessa, efetuou os disparos, apontaram as investigações.

    Segundo a Polícia Federal, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que está preso, atuou na "vigilância" e "acompanhamento" da ex-parlamentar. Queiroz disse que o sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, assassinato em 2021, foi quem apresentou a Lessa o "trabalho" de executar Marielle.

    O delator Élcio Queiroz afirmou que o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha", foi procurado por Suel para se desfazer do carro usado no homicídio. A delação apontou que Orelha tinha uma agência de automóveis e foi dono de um ferro velho. Conhecia pessoas que trabalham com peças de carros.

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