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    Médicos são investigados por dizerem que 'câncer de mama não existe' e que mamografia causaria a doença

    A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) manifestou grande preocupação com a disseminação de notícias falsas sobre o câncer de mama e a prevenção

    (Foto: Reprodução)

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    247 - Durante o mês de conscientização do Outubro Rosa, que alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, surgiram afirmações mentirosas de dois médicos, Lucas Ferreira Mattos e Lana Tiani Almeida da Silva, que disseminaram nas redes sociais informações sem comprovação científica. Em um vídeo, Mattos alegou que a mamografia aumenta a incidência de câncer de mama e que cistos seriam causados por deficiência de iodo. Já Lana Tiani afirmou que “câncer de mama não existe” e aconselhou seus seguidores a “esquecerem Outubro Rosa” e evitarem o exame de mamografia. As alegações despertaram reações imediatas de órgãos como o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que considerou as postagens “fake news”, e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo e do Pará, que iniciaram investigações sobre os médicos, como reportado pela TV Globo.

    Mattos, com mais de 1,2 milhão de seguidores no Instagram e registrado nos estados de São Paulo e Minas Gerais, não possui especialidade no site do Conselho Federal de Medicina (CFM). No vídeo divulgado, ele respondeu a uma seguidora sobre o acompanhamento de cistos mamários com a declaração: “Uma mamografia gera uma radiação para a mama equivalente a 200 raios-X. Isso aumenta a incidência de câncer de mama, por excesso de mamografia. Tenho 100% de certeza que o seu nódulo benigno é deficiência de iodo”. Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou que “está investigando o caso” e que a apuração ocorre sob sigilo.

    Por sua vez, Lana, registrada no CRM do Pará, também sem especialidade no CFM, publicou um vídeo onde se apresenta como “médica integrativa, especialista em mastologia e ultrassonografia das mamas”, e afirma categoricamente: “Câncer de mama não existe. Então esqueçam Outubro Rosa. Esqueçam mamografia”. Após repercussão, seu perfil foi desativado, mas o conteúdo continuou circulando em aplicativos de mensagens. O Conselho Regional de Medicina do Pará também está apurando o caso.

    A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) manifestou grande preocupação com a disseminação de notícias falsas sobre o câncer de mama e a prevenção, destacando que muitos conteúdos nas redes sociais seguem um padrão: fazem afirmações sem base científica e, em seguida, sugerem “tratamentos milagrosos”. Para o presidente da SBM, Augusto Tufi Hassan, a desinformação coloca em risco a saúde das mulheres. “O câncer de mama é a principal neoplasia maligna entre as mulheres brasileiras, sendo responsável por mais de 70.000 novos casos ao ano em nosso país. Menosprezar esta doença é um desrespeito aos milhares de vítimas e suas famílias”, afirmou. Ele reforça ainda que a mamografia é a principal forma de prevenção, podendo reduzir entre 20% a 30% a mortalidade por câncer de mama.

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