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"Não há razão para durar o que está durando", diz Lula sobre greve dos professores universitários

Presidente fez um apelo aos grevistas para que aceitem as propostas do governo: “eu sou um dirigente sindical que nasceu no ‘tudo ou nada’, e muitas vezes eu fiquei com ‘nada’”

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)

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247 - O presidente Lula (PT) participou nesta segunda-feira (10) de uma reunião com reitores e reitoras de universidades federais e, em discurso, fez um apelo aos professores universitários e técnicos-administrativos que estão de greve há mais de 50 e há quase 90 dias, respectivamente. “A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição, porque as pessoas ficam desmoralizadas”.

“O dirigente sindical tem que ter coragem de propor, de negociar, mas tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o ‘tudo ou nada’ que ele apregoou. Eu sou um dirigente sindical que nasceu no ‘tudo ou nada’, era ‘100% ou nada’, e muitas vezes eu fiquei com ‘nada’. E eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Quem está perdendo não é o Lula, não é reitor, é o Brasil e os estudantes brasileiros”, complementou.

O presidente fez um apelo para que os grevistas aceitem as propostas apresentadas pelo governo: “não é por 3%, 2% ou 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios. Vocês já têm noção do que já foi oferecido? Conhecem o que foi oferecido? Conhecem? Porque no Brasil está cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve mas não tem coragem de acabar com a greve. Eu fui dirigente sindical e sei como funcionam as coisas, já participei até da greve da USP em 1979. Mas eu só queria que levassem em conta o seguinte: o montante de recursos que a companheira Esther ofereceu é um montante não recusável”.

Professores universitários estão em greve há mais de 50 dias, e os técnicos-administrativos há quase 90 dias. Ambos os grupos reivindicam não apenas melhores salários e a reestruturação de suas carreiras, mas também um aumento substancial nos investimentos para as universidades. A escassez de recursos, alegam, está afetando não só a capacidade de conduzir pesquisas, mas também a manutenção básica dos campi. O movimento grevista reflete uma "genuína insatisfação" dos docentes, segundo líderes sindicais, que se dizem desiludidos com a falta de avanços significativos sob o governo Lula. Os professores destacam que, apesar de terem apoiado fortemente a eleição do atual governo, as promessas de melhoria nas condições de trabalho e financiamento ainda não se materializaram de forma satisfatória.

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