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Nardes, do TCU, exige explicações da Câmara sobre gastos de Eduardo Bolsonaro em viagem aos EUA

Decisão do ministro tido como aliado de Jair Bolsonaro causou surpresa

Augusto Nardes (Foto: Samuel Figueira/Divulgação TCU)

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247 - O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), surpreendeu o cenário político ao dar prosseguimento a uma representação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A ação questiona o reembolso de uma passagem aérea para Washington, paga com dinheiro público, usada pelo parlamentar em março para encontrar políticos da extrema direita estadunidense e defender a ideia de que o Brasil "não é mais uma democracia", informa a Coluna do Estadão.

A representação foi protocolada por membros do PSOL: a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) e o vereador Celso Giannazi (PSOL-SP). Segundo Luciene, a viagem financiada com recursos públicos é um "absurdo" e, caso seja comprovada a falta de autorização para o reembolso, o deputado deve ser condenado a devolver o dinheiro.

Em um despacho recente, Nardes solicitou à terceira-secretaria da Câmara que esclareça se autorizou ou não o reembolso da viagem de Eduardo Bolsonaro. Ainda de acordo com o Estadão, o TCU não costuma avançar em representações de deputados contra colegas sobre assuntos internos de mandato. No entanto, Nardes "está se distanciando da família Bolsonaro e quis mostrar o “poder da caneta”".

O terceiro-secretário da Câmara, deputado Júlio César (PSD-PI), ainda não foi notificado sobre a solicitação de esclarecimentos e, até o momento, a presidência da Câmara não se manifestou.

Vale apontar que, em novembro de 2022, um áudio obtido pelo Brasil 247 flagrou Nardes emitindo declarações de cunho golpista, prevendo a tentativa bolsonarista de tomar o poder à força antes da posse do presidente Lula (PT), então recém-eleito. Na gravação, o ministro do TCU afirmava que estáva "acontecendo um movimento muito forte nas casernas" e que era uma questão de "horas, dias no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso" para que ocorresse um "desenlace bastante forte na nação, [de consequências] imprevisíveis".

Ele também foi o ministro responsável pela análise das contas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando foram alegadas as pedaladas fiscais que culminaram no golpe contra a ex-presidente.

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