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    "O Brasil precisa buscar convergências para se desenvolver plenamente", diz Walfrido Warde

    Um dos advogados mais poderosos e influentes do Brasil, Walfrido Warde explica por que transita da esquerda aos militares

    Walfrido Warde (Foto: Divulgação)

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    247 – Na edição mais recente do programa "Forças do Brasil", transmitido pela TV 247, o advogado, jurista e escritor Walfrido Warde foi o convidado especial do jornalista Mario Vitor Santos. Nascido em 1973, Warde é conhecido por seu trabalho como advogado e empresário de sucesso. Ele possui uma sólida formação acadêmica com graduação e doutorado em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo, além de um mestrado na Universidade de Nova York e formação em Filosofia pela FFLCH-USP. Sócio do escritório Warde Advogados, ele tem uma presença marcante em causas de grande relevância, tanto no Brasil quanto internacionalmente, além de uma atuação política cada vez mais abrangente, seja por meio de seu programa Reconversa, em parceria com o jornalista Reinaldo Azevedo, no Youtube, seja por meio do seu Instituto para a Reforma das Relações Empresa Estado (IREE), que ganhou proeminência depois da Lava Jato, cujos abusos Warde combateu abertamente.

    Por meio do IREE, Warde reúne forças políticas muitas vezes antagônicas, da esquerda radical a setores militares. " Meu ímpeto é ver o Brasil se desenvolver, progredir e distribuir renda. Deixar de ser um país riquíssimo com uma massa de miseráveis à margem da afirmação de direitos sociais e dos direitos humanos. Um país que no dia a dia se vê cada vez mais nas mãos do crime organizado e basicamente se automutila, causando danos a si mesmo. Muitas vezes com o privilégio e os interesses de potências hegemônicas, justamente no contexto do embate entre forças políticas nacionais. Parece que no Brasil a gente prefere destruir o Brasil para ferir o inimigo político a convergir com o inimigo político para avançar os interesses do Brasil", disse ele. Em relação aos militares, Warde defendeu a necessidade de diálogo com as Forças Armadas como uma parte essencial do Estado brasileiro, apesar das críticas e teorias da conspiração que surgem de ambos os lados do espectro político.

    Um ponto central da discussão foi a transformação pela qual Warde passou ao se engajar mais profundamente no debate político, um processo que ele atribuiu à sua formação acadêmica e ao contexto político turbulento do Brasil, especialmente durante a operação Lava Jato. Warde criticou fortemente a Lava Jato, afirmando que, apesar de parecer um combate técnico à corrupção, acabou sendo instrumentalizada para atacar inimigos políticos, prejudicando a democracia brasileira. Ele destacou que a operação teve um papel crucial na eleição de Jair Bolsonaro em 2018, ao inviabilizar o principal adversário político, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Sobre a atuação profissional, Warde enfatizou a importância de uma advocacia que vai além do mero conhecimento técnico-jurídico, destacando a necessidade de desenvolver estratégias e táticas adaptadas ao contexto de cada caso, muitas vezes envolvendo disputas empresariais complexas tanto dentro quanto fora do Brasil. "Sendo um dos maiores escritórios de direito empresarial, tivemos e temos causas de alguns bilhões de dólares envolvendo litígios entre empresas brasileiras e entre empresas brasileiras e estrangeiras não apenas no Brasil, mas também na América Latina. Para além do exercício das normas jurídicas, com o tempo você desenvolve um número de táticas e estratégias que te permitem trabalhar para além do ordenamento jurídico para o que você originariamente foi treinado", afirmou. "Temos escritórios em São Paulo e Brasília. Atuamos em litígios entre empresas, entre sócios de empresas, entre empresas e administradores e entre sócios e administradores dessas empresas. Hoje nós estamos envolvidos nos maiores litígios do país", acrescentou.

    Em relação à conjuntura política, Warde expressou seu apoio ao deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato do Psol, para a eleição municipal em São Paulo, elogiando suas qualidades e a perspectiva de um governo ético e técnico. Ao concluir a entrevista, Warde refletiu sobre o papel do sistema de justiça na operação Lava Jato e a necessidade de disciplinar o lobby político no Brasil, defendendo uma maior transparência e regulação. Ele ressaltou a importância de um Brasil que proteja seus interesses estratégicos em negociações internacionais e políticas públicas. "Sempre gostei de política. Isso prosseguiu sobretudo pela influência que teve sobre mim o professor Fábio Konder Comparato, no meu doutorado. Em 2015, quando vi os danos que um combate irresponsável à corrupção poderiam causar à economia brasileira, politizando e fulanizando o sistema de justiça, passei da minha posição de advogado empresarial para alguém mais presente no debate público", afirma. "Quando a gente vê que de fato o mercado de infraestrutura foi destruído, decidi criar o IREE, o Instituto para Reforma das Relações Entre Estado e Empresa, um think-tank que tem atuado nos últimos sete anos com estudos, seminários, debates e lives, com as grandes personalidades do País", aponta. Por exemplo, no próximo dia 6 e 7 de junho, o IREE vai realizar em Brasília, em parceria com o Instituto de Direito Público, o maior seminário internacional de segurança pública jamais realizado no Brasil, com duzentos especialistas do Brasil e de fora para analisar esse tema que aflige as brasileiras e brasileiros e que ameaça, segundo Warde, transformar o país num narcoestado. Assista sua entrevista:

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