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    Operação Overclean: investigação da PF revela conexões entre cúpula do União Brasil e esquema de corrupção

    Pelo menos cinco dos 12 integrantes da cúpula nacional do União Brasil têm alguma relação com empresas ou pessoas investigadas pela PF no caso

    Marcos Moura, Davi Alcolumbre, Antônio Rueda e ACM Neto (Foto: Divulgação)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - A operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF), expôs possíveis conexões entre pelo menos cinco membros da direção nacional do União Brasil e empresas e indivíduos investigados por desvios de recursos públicos. Segundo informações divulgadas por Fabio Serapião, do Metrópoles, a investigação, que tramita na 1ª instância da Justiça Federal, teve início para apurar fraudes em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), mas ganhou amplitude após a quebra de sigilos e interceptações que revelaram um esquema envolvendo contratos milionários com governos federal, estaduais e municipais.

    A operação ganhou repercussão após a PF apreender R$ 1,5 milhão em espécie, além de anotações e planilhas, em um avião que voava de Salvador para Brasília. Esses materiais serviram de base para a segunda fase da investigação, resultando em prisões relacionadas a contratos fraudulentos com prefeituras baianas. As investigações seguem em andamento, com foco em identificar quem se beneficiava do esquema de corrupção.

    Entre os nomes destacados está o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, que mantém relações com José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo" na Bahia e apontado como um dos líderes da organização criminosa. Moura, empresário e integrante do partido, nega envolvimento em atividades ilícitas, afirmando não possuir contratos com o DNOCS ou vínculos com obras públicas.

    Outro implicado é o senador Davi Alcolumbre, favorito para presidir o Senado, cuja chefe de gabinete, Ana Paula Magalhães, foi citada em conversas interceptadas pela PF. Os diálogos sugerem que Ana Paula teria sido consultada para viabilizar a liberação de recursos públicos para prefeituras baianas com contratos suspeitos. Alcolumbre, que também é padrinho político de Waldez Góes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, não comentou o caso.

    O deputado federal Elmar Nascimento também aparece ligado à investigação. Seu primo, Francisco Nascimento, foi preso acusado de facilitar fraudes em licitações na cidade de Campo Formoso (BA), ajustando editais e negociando propinas. Além disso, emendas parlamentares de Elmar financiaram obras da empresa investigada Allpha Pavimentações. O deputado afirmou não ser alvo da operação e destacou sua longa trajetória sem envolvimento em investigações: "não sou alvo, nem fui sequer citado”.

    O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, foi citado indiretamente em gravações, nas quais José Marcos de Moura mencionou recorrer a um "amigo" para agilizar pagamentos de contratos. A PF suspeita que esse "amigo" seria ACM Neto, que, em nota, negou qualquer envolvimento, afirmando que não há registros de diálogos seus nos autos: “existem apenas inferências, que, ainda assim, não estão relacionadas a qualquer ato ilícito".

    Embora não citado diretamente, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, teve sua gestão mencionada, já que empresas investigadas receberam aproximadamente R$ 60 milhões da prefeitura. Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor municipal, foi preso e exonerado após a deflagração da operação. A Prefeitura de Salvador declarou que não é alvo da investigação.

    Com três ministérios no governo federal, o União Brasil enfrenta agora um desgaste político significativo, enquanto a Polícia Federal segue aprofundando as investigações para esclarecer o alcance do esquema e os beneficiários dos recursos públicos desviados.

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