Partidos intensificam articulações por fusões e federações de olho em 2026
PP, Republicanos e União Brasil podem criar o maior bloco partidário no Congresso. PSDB pode ser incorporado pelo PSD de Kassab
247 - A menos de dois anos das eleições gerais de 2026, partidos políticos brasileiros intensificam articulações para fusões e reorganização de federações. A movimentação visa não apenas a sobrevivência política de siglas ameaçadas pela cláusula de barreira, mas também a ampliação do poder de barganha no Congresso e nas próximas eleições presidenciais. Conforme noticiado pelo O Globo, PP, Republicanos e União Brasil lideram as tratativas mais significativas, buscando formar uma federação que, consolidada, será a maior força legislativa do país, com 153 deputados federais e 17 senadores.
O redesenho no modelo de alianças também abrange partidos como PSDB, PV e Rede, que enfrentam dilemas internos e externos sobre suas estratégias para manter relevância no cenário político. Essas mudanças prometem alterar profundamente o equilíbrio de forças no Legislativo e nas disputas regionais.
Centrão: uma federação de peso - Entre as negociações mais avançadas, PP, Republicanos e União Brasil trabalham para consolidar uma federação. Caso concretizada, a aliança garantirá liderança no Congresso, mas enfrenta entraves regionais e disputas internas. O União Brasil, por exemplo, ainda lida com divisões após atritos recentes nas eleições da Câmara, onde Republicanos e PP apoiaram Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência, enfraquecendo a candidatura de Elmar Nascimento (União-BA).
Mendonça Filho (União), que tenta ser líder do partido na Câmara, é uma das vozes contrárias à federação. Ele teme perder influência para figuras como Eduardo da Fonte (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos), ministros e lideranças fortes em Pernambuco. Situações semelhantes se repetem em estados como Paraíba, Amazonas e Minas Gerais.
Apesar das resistências, defensores do bloco apostam em sua formação até 2025, atraindo ainda mais parlamentares e governadores insatisfeitos com suas siglas de origem.
PSDB e PSD: fusão em debate - Longe do protagonismo de outrora, o PSDB estuda sua incorporação ao PSD, liderado por Gilberto Kassab, que emergiu como a força municipalista mais influente após as eleições de 2024. Segundo Marconi Perillo, presidente do PSDB, as alternativas em análise incluem a formação de uma nova federação com Podemos e Solidariedade, além da fusão com o PSD.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, surge como principal aposta presidencial dos tucanos para 2026, mas o projeto enfrenta resistências em negociações com o PSD, que também considera lançar Ratinho Júnior, governador do Paraná.
PV, Rede e os desafios da cláusula de barreira - Enquanto o Centrão negocia expansão, siglas menores como PV, Rede e Cidadania enfrentam riscos de extinção devido à cláusula de barreira. A lei exige que partidos elejam 13 deputados ou obtenham 2,5% dos votos válidos para manter acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda.
O PV avalia deixar a federação com PT e PCdoB, enquanto dialoga com PSB e PDT para uma nova aliança. A Rede planeja romper com o Psol e buscar outros parceiros, já que possui apenas um deputado e nenhum senador.
No caso do Cidadania, a federação com o PSDB se desgastou após discordâncias nas eleições municipais. Em 2025, as legendas devem seguir caminhos distintos.
Impacto para 2026 - As articulações para federações e fusões não se limitam à sobrevivência imediata. Para partidos como PSB e PDT, que temem a cláusula de barreira, e para gigantes do Centrão, os rearranjos visam influenciar diretamente a sucessão presidencial.
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