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    PF apura supostos repasses de cota parlamentar para locadora ligada a irmã de assessor de Carlos Jordy

    Investigações, autorizadas pelo ministro do STF Flávio Dino, apuram os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa

    Carlos Jordy (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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    247 - A Polícia Federal (PF) está investigando supostos desvios da cota parlamentar dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A operação, batizada de Rent a Car, apura a utilização da empresa Alfa Auto Car Locação de Veículos, cujo nome fantasia é Mobile Rent a Car, para simular contratos de prestação de serviços. A locadora, segundo o jornal O Globo, pertence à irmã de Itamar de Souza Santana, secretário parlamentar de Jordy, desde abril deste ano.

    Na quarta-feira (18), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos assessores dos parlamentares, além da própria locadora de veículos, situados no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. As investigações, autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, apuram os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    De acordo com a Receita Federal, a empresa tem como sócia a administradora Rosileide de Souza Santana Rocha, irmã de Itamar, secretário parlamentar de Jordy desde 2020. O vínculo familiar levanta suspeitas de favorecimento no uso de recursos públicos para o pagamento de serviços contratados. Em sua defesa, Jordy afirmou em sessão na Câmara dos Deputados que é vítima de perseguição política e classificou a operação como "abuso de autoridade".

    “Fizeram uma busca e apreensão em assessores ligados a mim e ao futuro líder do PL, Sóstenes, por um suposto uso irregular, desvio de cota parlamentar”,  disse o deputado após a operação da PF. Sóstenes, por sua vez, declarou que contratou a empresa em janeiro de 2024, antes de Rosileide se tornar proprietária. 

    Segundo ele, o contrato foi firmado pelo "menor preço de mercado" e será reavaliado no próximo ano. O deputado também destacou que o motorista de seu gabinete é cunhado da empresária. “Não tenho o que temer. Sou uma pessoa de conduta ilibada e séria. Podem revirar minha vida do jeito que quiserem”,  afirmou Sóstenes.

    A operação ocorre em um momento delicado, já que Sóstenes Cavalcante desponta como favorito para assumir a liderança do PL no próximo ano. Ele considerou a ação uma tentativa de intimidação contra sua atuação política e afirmou que revisará todos os contratos sob sua gestão.

    O Portal da Transparência da Câmara dos Deputados aponta que os gabinetes de Jordy e Sóstenes desembolsaram R$ 584 mil com a locadora entre janeiro de 2019 e dezembro de 2024. Os pagamentos mensais giram em torno de R$ 4 mil, totalizando aproximadamente R$ 4.500 no contrato mais recente firmado por Sóstenes.

    Os recursos vieram da cota parlamentar, destinada a custear despesas como transporte e comunicação dos deputados. A PF suspeita que a empresa tenha sido usada para desviar esses valores, simulando a prestação de serviços.

    Ainda segundo o jornal O Globo, ao tentar contato com a locadora, a reportagem encontrou apenas um coworking na Asa Sul, em Brasília, como sede registrada. Não havia representantes no local e as ligações não foram atendidas. Rosileide de Souza também não foi localizada para comentar o caso. Em nota, a PF afirmou que a locadora era usada para simular contratos, reforçando indícios de irregularidades. 

    Além da locadora, Rosileide aparece como proprietária de um mercado em Aurora do Tocantins (TO), aumentando o escopo das investigações sobre a origem dos recursos e movimentações financeiras.

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