PF avalia ter elementos suficientes para indiciar assessor de Braga Netto

247 - A Polícia Federal considera que já possui elementos suficientes para indiciar o coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, informa a jornalista Andréia Sadi, do g1. Peregrino, que foi alvo de mandados de busca e apreensão neste sábado (14), é apontado como figura central na tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.

Os investigadores encontraram na sala de Peregrino, na sede do PL, um documento com perguntas e respostas sobre a delação de Mauro Cid, além da  minuta de um decreto de "instauração do estado de exceção", que indicaria intenções de subverter a ordem democrática. 

A Polícia Federal destaca que o "documento estava na mesa do coronel Peregrino, assessor de Braga Netto, figura central nos atos que tinham o objetivo de subverter o regime democrático", como afirmou um relatório da corporação. "O contexto do referido documento confirma que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por Mauro Cid com a Polícia Federal", aponta a investigação. Os documentos indicam que o grupo temia o que o ex-ajudante de ordens poderia ter revelado durante seu depoimento.

Além disso, a PF encontrou diversas mídias, incluindo pen drives, durante as buscas realizadas na residência de Peregrino, que agora serão analisadas. As apurações apontam que, logo após a homologação do acordo de delação de Mauro Cid, o general Mário Fernandes, outro indiciado no caso, enviou mensagens a Jorge Luiz Kormann, coronel reformado, relatando que os pais de Cid haviam entrado em contato com os generais Braga Netto e Augusto Heleno, alegando que as informações divulgadas pela mídia sobre a delação eram "mentira". O episódio, conforme os investigadores, mostra uma tentativa de desacreditar a colaboração de Cid, um movimento que poderia ser parte de uma estratégia maior para obstruir a Justiça.