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    PF investiga núcleo que atuava como ponte entre Bolsonaro e influenciadores digitais alimentados pela 'Abin paralela'

    Segundo a PF, o núcleo era formado por funcionários da presidência e agia como intermediário entre Jair Bolsonaro e os influenciadores ligados ao 'gabinete do ódio'

    Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil)

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    247 - A quarta etapa da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira(11) pela Polícia Federal (PF) aprofundou as investigações sobre a chamada 'Abin paralela' do governo Jair Bolsonaro (PL), revelando uma conexão direta entre a presidência da República e propagadores de desinformação.

    As fases anteriores da operação já haviam identificado cinco núcleos operacionais dentro dessa estrutura clandestina. A quarta fase, segundo o jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, revelou um novo grupo composto por funcionários da presidência, que agiam como intermediários entre Bolsonaro e os influenciadores digitais ligados ao chamado ‘gabinete do ódio’, para disseminação de fake news de forma coordenada.

    Segundo a PF, essas atividades clandestinas eram conduzidas por servidores públicos lotados na Presidência, integrando um esquema de desinformação estruturado em três níveis: a ‘estrutura paralela’, as milícias digitais e a ‘Presidência da República’. De acordo com a reportagem, os principais membros do ‘núcleo Presidência da República’ eram ex-servidores do Palácio do Planalto que mantinham contato direto com Bolsonaro e os núcleos de desinformação.

    Entre os integrantes deste grupo estão o analista político legislativo Daniel Ribeiro Lemos; José Matheus Sales Gomes, ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro, que foi contratado pelo delegado da PF e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, quando este se tornou deputado federal; e Mateus Sposito, ex-servidor da Secretaria de Comunicação da Presidência.

    Sposito, preso nesta quinta-feira, era responsável pela ligação entre Bolsonaro e um dos principais propagadores de desinformação investigados, o influenciador Richards Dyer Pozzer. Pozzer, que já havia sido indiciado pela CPI da Covid por disseminação de fake news, também foi preso na quarta fase da operação Última Milha.

    Ainda conforme a reportagem, os investigadores encontraram diálogos em que Sposito instruía Pozzer a enviar arquivos para canais que fariam chegar a informação ao senador Flávio Bolsonaro PL-RJ) e a Alexandre Ramagem, visando a identificação de opositores e críticos do governo Bolsonaro. Em uma dessas conversas, Sposito mencionou "investigações" em andamento na "PR" (Presidência da República).

    A PF revelou que Pozzer ganhou influência no grupo após conquistar a confiança do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e ser abastecido com dossiês elaborados por Giancarlo Rodrigues por meio da “Abin paralela” e que eram distribuídos sob o perfil falso ‘Verdades’. Além de Pozzer, Rogério Beraldo de Almeida foi identificado como outro propagador de fake news, sendo também alimentado por informações coletadas por Giancarlo

    Diálogos entre Giancarlo e o policial federal ⁠Marcelo de Araújo Bormevet, principais investigados no escândalo da Abin Paralela no governo Bolsonaro, revelaram a participação ativa dos servidores da Presidência.

    “Em diálogo sobre uma das ações clandestinas identificadas pela PF, contra agências de checagem, Giancarlo afirma: ‘Vou levantar geral primeiro, senão vão excluir as contas com viés left. Já tem até jornal para publicar e o cara da Presidência disse que vai tentar levar ao PR para ele falar na live’. Segundo a Polícia Federal, a interlocução indica ‘que os produtos ilícitos da estrutura paralela infiltrada na Abin eram destinados para uso e benefício do núcleo-político, neste caso concreto com referência expressa ao então presidente da República Jair Bolsonaro’", destaca um trecho da reportagem.

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