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    Polícia Federal acelera para concluir investigações contra Bolsonaro antes da campanha eleitoral

    PF quer entregar os relatórios à PGR antes da campanha para que denúncias sejam feitas sem levantar acusações de tentativa de influenciar as eleições municipais

    (Foto: ABr)

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    247 - A Polícia Federal está, segundo o jornal O Globo, intensificando seus esforços para finalizar os inquéritos que investigam supostos crimes cometidos por Jair Bolsonaro (PL). Com o encerramento das investigações previsto para o próximo mês, os relatórios devem ser encaminhados à Procuradoria-Geral da República (PGR) antes das eleições municipais. A estratégia visa evitar acusações de influenciar o pleito, caso a PGR opte por denunciar Bolsonaro.

    Bolsonaro é alvo de pelo menos cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos mais complexos é o das milícias digitais, que abrange a suposta tentativa de golpe de Estado, uma possível fraude no cartão de vacinação contra a Covid-19, e a suspeita de venda e recompra de joias recebidas em viagens oficiais.

    Milícias digitais

    Iniciado em julho de 2021, o inquérito das milícias digitais investiga a produção e disseminação de conteúdos que atacam as instituições democráticas nas redes sociais. Em março, o ministro do STF Alexandre de Moraes prorrogou o prazo de conclusão do inquérito por seis meses, destacando a existência de "fortes indícios e significativas provas" de uma organização criminosa com atuação digital destinada a atacar a democracia e o Estado de Direito.

    Fraude no cartão de vacinação

    Em outro inquérito, Bolsonaro e 16 pessoas foram indiciadas por associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema de informação do Ministério da Saúde, relacionados à Covid-19. A investigação se intensificou em março, quando o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu mais diligências para esclarecer se os certificados falsos foram usados para entrada e permanência nos Estados Unidos, onde Bolsonaro viajou no fim de seu mandato.

    Esquema das joias

    Bolsonaro também é investigado por um esquema envolvendo presentes de alto valor, incluindo joias, supostamente negociados por seus aliados. Esta apuração pode ser a primeira a ser concluída, com agentes da PF retornando recentemente dos EUA com depoimentos, imagens de câmeras de segurança e documentos financeiros. A cooperação com o FBI foi crucial para as diligências em Miami, Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York.

    De acordo com as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram vender ao menos quatro itens, incluindo relógios Rolex e Patek Philippe, totalizando US$ 68 mil, equivalentes a R$ 346.983,60 na cotação da época.

    Tentativa de golpe de Estado

    Outro inquérito iminente de ser enviado à PGR envolve a suposta tentativa de golpe de Estado. Investigações apontam que núcleos de apoio a Bolsonaro disseminaram alegações de fraude nas eleições de 2022, visando legitimar uma intervenção militar. Há provas de que Bolsonaro analisou e alterou uma minuta de decreto que poderia embasar a consumação do golpe.

    Com a proximidade das eleições municipais, a conclusão rápida desses inquéritos é vista como fundamental para evitar acusações de que o processo jurídico estaria sendo usado para influenciar o resultado eleitoral. A decisão final sobre possíveis denúncias caberá à PGR.

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