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    Policial Federal é preso sob acusação receber R$ 6 mil por mês para atuar como informante de esquema do 'rei do lixo'

    Agente foi preso nesta segunda-feira no âmbito da segunda fase da Operação Overclean

    Agentes da Polícia Federal (Foto: pf)
    Paulo Emilio avatar
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    247 - A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente nesta segunda-feira (23) o agente Rogério Magno Almeida Medeiros, acusado de integrar o "braço de apoio informacional" de uma organização criminosa investigada na Operação Overclean. O grupo é suspeito de desviar recursos de emendas parlamentares, e o envolvimento do policial foi apontado como estratégico para a quadrilha.

    De acordo com o jornal O Globo, as investigações apontam que Rogério Magno recebia pagamentos mensais de R$ 6 mil para fornecer informações sigilosas que beneficiavam o grupo criminoso. O nome do policial foi identificado em uma planilha de "pagamentos contínuos e mensais" apreendida durante a operação, onde constava a sigla "MAG", que, segundo a PF, faz referência às iniciais de "Magno".

    A prisão foi determinada após o Ministério Público Federal (MPF) destacar que as ações do agente comprometiam as investigações e colocavam em risco a persecução penal. “Tal conduta permite enquadrar ROGÉRIO MAGNO como informante e colaborador cooptado cuja atuação se dá na condição de possível braço da ORCRIM (organização criminosa) responsável pelo vazamento de informações policiais de interesse do grupo criminoso”, afirma um trecho da decisão judicial reproduzindo a manifestação do MPF.

    Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão preventiva em Brasília (DF), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA) e Vitória da Conquista (BA). Entre os alvos estão agentes públicos, incluindo o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos), o secretário de mobilidade e ex-chefe de gabinete de Vitória da Conquista, Lucas Dias, além do próprio agente da PF.

    A segunda fase da operação Overclean, que investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão por meio de emendas parlamentares, foi deflagrada nesta segunda-feira (23). A ação, que faz parte de uma força-tarefa com o Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), visa desarticular um esquema criminoso liderado pelo empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. 

    As investigações apontam que o grupo seria liderado pelos empresários Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo", e Alex Parente. De acordo com a PF, a organização utilizava contratos públicos para lavar dinheiro e garantir benefícios financeiros ilícitos a seus integrantes e aliados.

    Moura, preso durante a Operação Overclean no dia 10 de dezembro, é apontado como o articulador de uma vasta rede de contratos fraudulentos em 17 estados brasileiros, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão nos últimos anos. Só em 2024, o grupo teria desviado R$ 800 milhões. Documentos apreendidos pela PF, incluindo R$ 1,5 milhão em espécie e dezenas páginas de planilhas detalhadas, reforçam as suspeitas de superfaturamento, lavagem de dinheiro e manipulação de licitações públicas.

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