Relatório da PF está 'bem embasado' e vai responsabilizar Bolsonaro e assessores de 'maneira contundente', dizem investigadores
Segundo os investigadores, documento contém informações inéditas que responsabilizam Bolsonaro e outros envolvidos de maneira incisiva em trama golpista
247 - O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) deve trazer “acusações contundentes” contra o ex-mandatário e seus assessores. A investigação, que também inclui militares, visa esclarecer o planejamento e a tentativa de execução de um golpe militar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi divulgada pelo jornalista Valdo Cruz, do g1.
O documento está previsto para ser concluído nesta quinta-feira (21) e será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, por sua vez, enviará o relatório ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que decidirá se formaliza a denúncia ao STF ou solicita mais investigações.
De acordo com fontes da investigação ouvidas pela reportagem, o relatório está "muito bem embasado" e apresentará informações inéditas que responsabilizam Bolsonaro e outros envolvidos de maneira incisiva. Apesar disso, não haverá pedidos de prisão imediatos no documento final, que poderá ser complementado com base em novas evidências, especialmente após a recente “Operação Contragolpe”.
A operação revelou que militares alinhados ao governo Bolsonaro chegaram a planejar o assassinato do presidente uiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes. Embora aliados de Bolsonaro afirmem publicamente que o ex-mandatário "não tem nada a temer", nos bastidores, o clima é de apreensão com a iminente conclusão do inquérito.
Os bolsonaristas acreditam que a PF irá indiciar não apenas Bolsonaro, mas também figuras como o general e ex-ministro Braga Netto, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, e outros assessores próximos. O foco sobre Mauro Cid tem gerado especial preocupação entre os aliados de Bolsonaro. Há temor de que ele, pressionado e temendo novas prisões, possa revelar informações adicionais na audiência marcada para esta quinta-feira com o ministro Alexandre de Moraes.
A audiência visa esclarecer se Mauro Cid continuará colaborando com as investigações ou se, como aponta a PF, tem omitido informações necessárias à investigação. Caso ele coopere integralmente, as novas revelações poderão complicar ainda mais a situação de Bolsonaro e seus ex-assessores.
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