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Tomar leite tem relação com o nazismo? Entenda polêmica com youtuber brasileiro acusado de apologia

O youtuber negou a ligação, mas internautas apontaram outras circunstâncias estranhas

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247 - Gato Galáctico, um youtuber brasileiro cujo nome real é Ronaldo de Souza, segue há dias como um dos assuntos mais comentados nas redes sociais por suposta apologia ao nazismo. Ele foi acusado de propagar símbolos de supremacistas brancos após uma foto em que bebe leite não pasteurizado e usava uma camisa verde, um símbolo associado ao movimento integralista no Brasil.

O youtuber negou a ligação, mas internautas apontaram outras circunstâncias estranhas, como a participação em eventos na produtora de extrema-direita Brasil Paralelo e críticas a imigrantes brasileiros. 

No entanto, qual a  referência do leite?

Na busca por entender as inúmeras facetas da propaganda nazista, é crucial analisar como aspectos cotidianos e aparentemente inócuos, como o consumo de leite, foram instrumentalizados para sustentar uma ideologia de superioridade racial. 

Durante o regime nazista na Alemanha, de 1933 a 1945, a ideologia de superioridade racial ariana foi central para a política e a propaganda. Os nazistas acreditavam na supremacia dos povos nórdicos, que identificavam com características físicas específicas, como pele clara, olhos azuis e cabelos loiros. Entre os muitos aspectos da vida cotidiana que foram cooptados para apoiar essa ideologia, o consumo de leite desempenhou um papel surpreendente, mas significativo.

A Pseudociência da Lactose

Uma das bases pseudocientíficas para essa associação foi a tolerância à lactose. Durante esse período, foi observado que pessoas de ascendência nórdica apresentavam uma maior capacidade de digerir lactose na idade adulta em comparação com outras etnias, que frequentemente apresentavam intolerância à lactose. Os nazistas aproveitaram essa observação biológica para construir um mito de pureza racial.

A capacidade de digerir lactose foi erroneamente interpretada como um sinal de superioridade genética. A propaganda nazista exaltava o leite como um alimento puro e nutritivo, adequado para a "raça superior" ariana. Esse consumo foi promovido como uma prova tangível da superioridade física e intelectual dos arianos.

Propaganda e Higiene Racial

A propaganda nazista foi extremamente eficaz em disseminar essa ideia. Cartazes, filmes e discursos exaltavam as virtudes do leite, não apenas como um alimento saudável, mas como um símbolo de pureza racial. A dieta rica em laticínios era incentivada como uma forma de promover a saúde e a fortaleza da raça ariana.

Os nazistas utilizaram a imagem de crianças loiras e saudáveis bebendo leite em suas campanhas propagandísticas, reforçando a conexão entre o consumo de leite e a suposta superioridade racial. Essa narrativa ajudava a fortalecer a coesão interna do grupo ariano e a justificar a discriminação e perseguição de outras etnias, consideradas inferiores.

O Desmascaramento da Pseudociência

Após a queda do regime nazista, as bases científicas dessas alegações foram amplamente desmentidas. A tolerância à lactose é uma característica genética que varia entre populações devido a adaptações históricas e geográficas. Ela não está relacionada a qualquer noção de superioridade racial.

A ciência moderna refuta categoricamente a ideia de que a capacidade de digerir leite possa ser usada como um indicador de pureza ou superioridade racial. A diversidade genética e cultural das populações humanas é complexa e não pode ser reduzida a tais simplificações pseudocientíficas.

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