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    Tony Garcia: 'ex-juiz ladrão, Moro é uma piada e o seu advogado um perigo para a advocacia no Brasil'

    De acordo com o empresário, Gustavo Guedes, responsável pela defesa do ex-juiz suspeito, passa a mensagem de que "em nossos tribunais o compadrio se sobrepõe ao bom direito"

    Tony Garcia (à esq.) e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)

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    247 - O empresário Tony Garcia bateu duro no senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e no advogado Gustavo Guedes, que defende o ex-juiz declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal. Em postagem nesta terça-feira (4) em rede social, o ex-deputado afirmou que o parlamentar, "ex-juiz ladrão" e "covardão", "é uma piada" no Brasil. "Seu advogado, um perigo para a advocacia".

    "Moro e seu advogado tentaram ‘engabelar’ os ministros do STF. A fala é estarrecedora, pois afirma peremptoriamente que em nossos tribunais o compadrio se sobrepõe ao bom direito. A piada foi ele se tornar juiz uma vez que demonstra total ignorância da língua portuguesa como não menos do nosso ordenamento jurídico", escreveu Garcia.

    "Seu advogado, Gustavo Guedes, em entrevista à Revista Veja hoje, deixou muitos colegas perplexos qdo expôs como 'livrou' Moro da cassação. O nobre causídico que me perdoe, mas entendo sua fala como ‘confissão de um crime’ visto que, não há tese alguma em sua defesa senão claríssimo tráfico de influência. É isso mesmo Dr. Gustavo?".

    O senador foi acusado de caluniar o ministro do STF Gilmar Mendes ao afirmar que o magistrado venderia decisões judiciais. "Não, isso é fiança, instituto... pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", disse Moro em vídeo antigo que repercutiu nas redes sociais em abril de 2023.

    Advogado

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    Gustavo Guedes. Foto: Reprodução

    O defensor disse que o ex-juiz é "muito mais maduro" atualmente em comparação o 2023, quando teve início o mandato dele. Em entrevista à Veja, o advogado foi questionado sobre a comparação entre Moro e o ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR).

    "Não vou dizer se é bom ou ruim, não cabe a mim julgar. O Deltan foi cassado por unanimidade, em um minuto. E eu disse para o Sergio: 'nós temos que fazer diferente. Já vimos aqui o que aconteceu'".

    Na conversa, Guedes também comentou sobre o processo contra Moro pelo crime de calúnia. "A ida ao ministro Gilmar, eu fiquei sabendo pela imprensa. Eu não soube antes, ele não me consultou dessa ida antes. Mas quando eu soube, eu dei parabéns para ele. Eu falei: ‘Sergio, quando eu te pedia para construir pontes, era isso. E mostra uma maturidade muito grande sua de procurar alguém que é um desafeto público teu'”, avalia Guedes.

    O advogado falou, ainda, sobre uma eventual pretensão do senador em ser presidente da República. Moro negou tal ambição. "Para mim, presidente da República é destino. Falei isso para o Sergio: ‘Crie condições para que isso aconteça. Você não vai conseguir ser candidato a presidente de si mesmo. Se vai ser o destino ou não do Moro, a gente tem que esperar para acontecer. Tem que deixar o Sergio entender agora os próximos passos dele".

    Denúncias

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli iniciou em 2023 uma investigação sobre as denúncias de Tony Garcia contra o ex-juiz. O empresário denunciou algumas ilegalidades de Moro. Durante entrevista ao 247 de 2 de junho, Garcia disse ter sido instruído na Lava Jato a dar uma entrevista à Veja e fornecer à revista informações que pudessem comprometer a carreira do ex-ministro José Dirceu (PT). O delator afirmou que, a mando de Sergio Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira".

    Moro foi juiz da Lava Jato em primeira instância jurídica. A partir de 2019 começaram a ser publicadas na imprensa nacional algumas conversas dele com procuradores do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR). De acordo com os diálogos, o ex-magistrado interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas apenas por promotores, para, em seguida, o juiz decidir se condena ou não a pessoa investigada.

    Em 2021, ministros do STF declararam a suspeição de Moro nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No ano seguinte, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral, e decidiu ser candidato no estado do Paraná.

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